O início da construção da ponte que vai ligar Salvador a Ilha de Itaparica está previsto para janeiro de 2021. Antes, em novembro deste ano, será realizado o leilão que vai definir qual empresa vai realizar a obra. As interessadas são chinesas, italianas, espanholas e francesas.
A que vencer terá até dezembro de 2020 para apresentar as licenças necessárias para a execução da obra, que terá quatro anos de duração. A estimativa é que a ponte entre em funcionamento em 2025.
A travessia da ponte terá pedágio. Os motoristas de carro terão que pagar R$ 45 e os de moto R$ 22,50. O preço cai pela metade se for um bate e volta, ou seja, se o retorno for em até 24h. Ônibus com ar condicionado vão levar passageiros de uma ponta a outra da ponte. As passagens vão custar R$ 5. Já os caminhões leves terão que pagar R$ 70 e os pesados R$ 110. Segundo o governo, o valor foi definido com base em estudos técnicos.
O projeto foi apresentado na Câmara Municipal de Salvador na tarde desta terça-feira (24). O vice-governador João Leão foi até a casa legislativa para explicar os detalhes e esclarecer as dúvidas dos vereadores.
Ele foi recebido pelo presidente da Câmara, Geraldo Junior, e dezenas de vereadores que lotaram o salão da casa.
O próximo passo é a apresentação das propostas das empresas interessadas no edital.
Essa não foi a primeira vez que o projeto foi discutido na Câmara. Em junho de 2013, representantes do governo do estado apresentaram aos vereadores da capital os detalhes sobre o andamento dos trabalhos em relação à construção da ponte.
Questionamentos
Depois da apresentação os vereadores tiveram a oportunidade de questionar os representantes do governo do estado sobre as informações do projeto. Eles perguntaram se os impactos ambientais foram observados e se as Forças Armadas foram consultadas.
O vice-governador informou que o estudo detalhado dos impactos ambientais foi o que protelou o lançamento do edital até 2019, e que o governo esteve em contato direto com a Marinha. Representantes do Executivo estadual estiveram no Rio de Janeiro para conversar com os militares e fizeram adaptação na planta a pedido das Forças Armadas.
Outro questionamento foi se a mão de obra usada na construção da ponte será totalmente brasileira, já que as empresas interessadas são estrangeiras. A resposta foi que a firma vencedora poderá trazer alguns funcionários para chefiar as operações, mas que os trabalhadores envolvidos na construção da ponte serão majoritariamente brasileiros.
Os vereadores pediram mais explicações também sobre o preço do pedágio, estimado em R$ 45 para os automóveis. O vice-governador explicou que o valor foi produto de um estudo técnico e que inclui taxas como o ISS dos municípios de Salvador e da Ilha de Itaparica.
Perguntado sobre os impactos que a ponte poderia causar no ferry-boat, sistema que funciona sob concessão e faz a ligação entre Salvador e Itaparica, João Leal disse não acreditar que a construção da ponte vai inviabilizar o funcionamento ou a sobrevivência desse sistema.
A ponte
Com 12,4 quilômetros de extensão, 85 metros de altura e orçada em R$ 5,34 bilhões, a ponte será uma Parceria Público-Privada (PPP), na modalidade de concessão patrocinada. Dos R$ 5,34 bilhões, o governo da Bahia entrará com um aporte de R$ 1,51 bilhão. O restante será feito pela iniciativa privada, que vai explorar comercialmente a ponte por 30 anos.
O governo estadual argumenta que a Ilha de Itaparica, o sul do Recôncavo e o Baixo Sul terão crescimento socioeconômico estimulado e que o projeto criará 100 mil postos de trabalho em 30 anos. O edital para a construção da Ponte foi lançado na última quarta-feira, com a diminuição na altura da obra para 85 metros.
O projeto vai sair da Via Expressa, atravessar a Baía de Todos os Santos e chegar na Ilha de Itaparica. Dois túneis e quatro viadutos serão construídos por conta da ponte.
Em junho deste ano, detalhes técnicos do projeto foram apresentados a chineses, italianos, espanhóis e franceses, na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), em Salvador. Participaram do encontro as empresas Acciona (Espanha), China Communications Construction Company (CCCC) e Concremat (China), CREC (China), Hydros Engenharia (Brasil), Salini Impregilo (Itália), OAS (Brasil) e Vinci (França).