O homem que é procurado pela polícia por matar a companheira a facadas no bairro do Alto do Cabrito, Subúrbio Ferroviário de Salvador, cometeu o crime na frente do filho da vítima, de 2 anos de idade. Depois, ele fugiu e deixou a criança com o corpo da mãe.
Jéssica Reis foi morta no final da noite de domingo (10), após uma discussão com o então companheiro, Moisés Souza. O pai da vítima, Florisvaldo Reis deu detalhes sobre a situação.
“Ele matou minha filha na presença do filho [dela]. E além de ter feito isso, ele deixou o menino sozinho dentro de casa, com o corpo. Eu quero que ele se apresente, porque o que ele fez não é a atitude de uma pessoa. Tirou a vida de minha filha, deixou meus dois netos sem a mãe. Isso é doloroso. Será que ele não vai ter uma filha para passar por isso, e saber a dor que um pai e uma mãe sente?”, questionou.
Florisvaldo relatou que, horas antes de matar Jéssica, Moisés chegou a fazer uma ligação para o sogro, fazendo menção à briga do casal.
“Eu estava na igreja, ele me ligou e disse assim para mim: ‘Sua filha está aqui procurando problema, venha buscar ela’. Eu falei: ‘Filho, eu não posso ir agora, porque eu estou na casa de Deus, mas quando terminar aqui eu vou aí’. Quando eu cheguei em casa, fui fazer comida para minha [outra] filha e perguntei a ela: ‘Como é que está Jéssica? Está bem?’. Ela respondeu: ‘Meu pai, ela está de boa’”.
Horas depois, Florisvaldo ligou para a filha, para falar sobre a situação. Jéssica confirmou que estava bem e ele se tranquilizou.
“De noite eu liguei para ela no WhatsApp, ela respondeu que a ligação estava ruim e não dava para entender. Desliguei o telefone, fiquei tranquilo, passeei com meu neto e fui dormir. Quando deu quase meia noite, chegou minha irmã me dando a notícia de que ela [Jéssica] estava passando mal. Aí eu perguntei como ia dar socorro, e ela disse que ia buscar um carro e voltava”.
O pai da vítima contou também que a arma do crime foi encontrada, mesmo Moisés tendo jogado o objeto fora. Para ele, o crime foi premeditado.
“Ele colocou a faca no saco, como achou hoje [segunda-feira, 11], e jogou [fora]. Para mim, foi tudo premeditado, ele matou ela na premeditação. Matou ela em um horário que ninguém poderia ver, à meia noite”.
‘Quando eu perdi meu filho, ele me consolou’
Há 23 dias, Florisvaldo perdeu outro filho para a violência. Assim como Jéssica, ele também foi morto a facadas. Na época, foi Moisés quem o consolou.
“Eu quero justiça. Ele vivia com a gente aqui. Quando eu perdi meu filho, eu passei quatro noites com minha filha e ele. Fiquei lá descansando a mente. Ele vinha aqui, bebia, passeava, pagava as coisas em termo de comida, se precisasse, ajudava. Eu tinha ele como um filho. Eu não deixava ninguém entrar na minha casa, mas ele entrava na hora que queria. A gente foi traído, foi uma traição”.
Os policiais iniciaram a busca pelo suspeito ainda durante a noite. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi chamado e fez a remoção do corpo e a perícia. O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios.
O casal estava junto há cerca de dois anos e meio, e o namoro começou enquanto Jéssica estava grávida de uma relação anterior. Ela deixa dois filhos, de 3 e 2 anos de idade.
FONTE:g1
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