A matéria trata da denúncia feita pela comunidade religiosa do Terreiro da Casa Branca, em Salvador, sobre uma obra ilegal de cinco andares que está sendo construída na parte de cima do templo religioso sem licença ou embargo por parte da prefeitura. O Terreiro da Casa Branca é considerado o mais antigo do Brasil e um marco da religião afrodescendente no país. Os integrantes do terreiro denunciam o aumento dos riscos de um desabamento e destruição do patrimônio histórico e cultural, além de criticarem a falta de ação das autoridades competentes para garantir a segurança e proteção do local sagrado. A construção ilegal e sem respeito às normas de segurança representa um desrespeito não só à comunidade religiosa que utiliza o terreiro, mas também à história e cultura do país.
Terreiro da Casa Branca é o mais antigo do Brasil e um marco da religião afrodescendente
O Terreiro da Casa Branca, localizado em Salvador, é considerado o mais antigo do Brasil e foi fundado no século 19 por um grupo de sacerdotisas africanas nagôs. Este local sagrado é um marco histórico e cultural da religião afrodescendente no país e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional em 1984, como primeiro centro religioso não-católico a ser reconhecido como patrimônio nacional pelo Ministério da Cultura.
Construção ilegal e sem licença aumenta riscos de desabamento e destruição do patrimônio histórico e cultural
Recentemente, os integrantes da Casa Branca denunciaram nas redes sociais o medo de que uma obra de cinco andares, que está sendo construída na parte de cima do templo religioso, desabe em cima do terreiro de candomblé. Segundo os denunciantes, a construção está sendo feita sem licença ou embargo por parte da prefeitura de Salvador e sem qualquer acompanhamento técnico.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) interditou a obra nesta quarta-feira (29), mas os integrantes do terreiro afirmam que a construção continua sem respeitar as normas de segurança, aumentando os riscos de um desabamento e destruição do patrimônio histórico e cultural.
A situação é considerada pelos denunciantes como “crônica de uma tragédia anunciada” e “um crime a céu aberto”. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) convocou uma reunião para tratar do assunto e um professor da Universidade Federal da Bahia, especialista em geotécnica, recomendou a demolição imediata da construção.
Autoridades são criticadas por não tomarem medidas para garantir a segurança e proteção do local sagrado
Além disso, os integrantes da Casa Branca criticaram o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável por garantir a salvaguarda do patrimônio que está sob seus cuidados, mas alegou entraves internos para tomar medidas que garantam a proteção do local sagrado. Também criticaram a Sedur, que, segundo eles, “confessou não ter tido êxito nas fiscalizações para o embargo da obra”.
Espera-se que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para garantir a segurança e proteção do Terreiro da Casa Branca e respeitem a importância cultural e histórica deste local sagrado para a religião afrodescendente no Brasil. A construção ilegal e sem respeito às normas de segurança representa um desrespeito não só à comunidade religiosa que utiliza o terreiro, mas também à história e cultura do país.
A religião afrodescendente merece respeito, assim como todas as outras crenças, e ninguém tem o direito de desafiar autoridades à luz do dia, seguro de impunidade. Espera-se que as autoridades competentes ajam com rigor e determinação para garantir a preservação deste patrimônio cultural e histórico e para garantir a segurança dos fiéis e integrantes da Casa Branca.
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