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Wall Street, blue chips: o que faz a Bolsa cair para o nível dos 112 mil pontos e acumular perdas de 2,7% na semana

 

Aversão ao risco volta a predominar nos mercados nesta sessão

A deterioração das bolsas norte-americanas e das ações de primeira linha do Ibovespa pesam no principal indicador da B3. A queda contamina a maioria dos papéis da carteira. Às 11h28, só oito ações subiam, de um total de 86. Com isso, acumula queda semanal de cerca de 2,7%, depois de avançar na passada.

Ontem, o Índice Bovespa fechou em queda de 0,05%, aos 114.004,30 pontos, com o volume financeiro pouco acima da média diária aquém dos R$ 20 bilhões dos últimos dias. O giro somou R$ 22 bilhões, numa espécie de antecipação ao vencimento de opções sobre ações hoje.

Após subirem, as ações de grandes bancos passaram a cair, diante da cautela internacional. As da Vale (VALE3miram recuo de 3,00%. “Por mais que os dados de atividade da China, divulgados esta semana tenha vindos acima do esperado, o setor imobiliário segue chamando a atenção, ao não mostrar dinamismo”, afirma o economista da CM Capital Matheus Pizzani.

Ao mesmo tempo, os papéis da Petrobras (PETR4) aceleravam as perdas, enquanto o petróleo ainda subia. Apesar da defasagem no valor da gasolina, argumento usado pela estatal para promover o corte no preço do combustível ontem, Pizzani ressalta que seria estranho se as ações reagissem de outra forma dado o ambiente de conflito geopolítico.

Em Nova York, as bolsas caem, com o índice Nasdaq recuando perto de 1,00%. O petróleo sobe quase 1,00% e o minério de ferro fechou em baixa de 3,17% em Dalian, na China.

A guerra no Oriente Médio segue em ascensão e os juros globais, especialmente nos Estados Unidos tendem a ficar altos por um longo período.

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Nem mesmo o anúncio de queda nos preços da gasolina no Brasil alivia na Bolsa, dadas as incertezas externas. Contudo, a notícia de redução da gasolina traz alívio às perspectivas com a inflação brasileira, em dia já marcado pela divulgação de queda acima do esperado (-0,77%) do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto ante julho.

Na quinta-feira, a Petrobras elevou o preço do diesel em 6,57% e cortou o da gasolina nas refinarias, a partir de amanhã, em 4%. A expectativa é de que a redução no valor da gasolina, que tem peso importante na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alivie a taxa de 2023, elevando a possibilidade de a fechar o ano na meta de 4,75% ou mesmo abaixo.

“Com esses reajustes, nossa projeção para o IPCA de outubro passa de 0,30% para 0,27% e de novembro, de 0,35% para 0,30%, levando a previsão para o ano a ceder de 4,8% para próximo de 4,7%”, cita a MCM.

No entanto, ficam dúvidas a respeito de eventuais modificações no orçamento da Selic, dadas as incertezas externas. Por isso, fica a expectativa em relação a possíveis indícios de política monetária pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, que participará de evento à tarde.

“Juros futuros caindo são um bom sinal, depois de o IBC-Br mostrar queda e com um quadro de desinflação, o que ajuda a desacelerar o dólar. Só que na Bolsa, as metálicas pesam por temores com China, as ações de bancos também, e a decisão da Petrobras nese momento de conflito geopolítico é no mínimo ousada”, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. “Vale lembrar que hoje é sexta, tem vencimento de opções sobre ações aqui e há iminência de Israel atacar Gaza por terra”, acrescenta Laatus.

Nos EUA, o tema também segue no radar. Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse que a inflação do país segue muito elevada e provavelmente exigirá crescimento econômico menor, deixando aberta a possibilidade de que os juros americanos voltem a ser elevados mais adiante. Hoje, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, descartou a possibilidade de cortes nos juros americanos antes de meados de 2024.

“Há muitas notícias no radar – e negativas”, resume Pedro Canto, analista da CM Capital. Ele lembra o crescente temor com a guerra no Oriente Médio, que está escalando. “Hoje é sexta-feira, e isso gera uma cautela adicional por conta do fim de semana. É natural que o investidor busque maior proteção”, completa Canto.

Às 11h45, o Ibovespa cedia 1,12%, os 112.533,33 ponto, ante mínima aos 112.533,33 pontos (-1,29%), recuando cerca de 2,6% na semana, depois de abrir perto dos 114 mil pontos, ou seja, perdendo em torno de 1.450 pontos ante a mínima. Petrobras perdia 1,96% (PN) e -1,60% (ON). Vale cedia 2,95%. Só Banco do Brasil BBAS3) subia 0,10%, no caso do setor.

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