Principal criptomoeda do mercado, o ativo resiste, lança novas ferramentas e chega a US$ 28 mil, alta de 72% no primeiro trimestre.
Quem já ouviu falar de criptomoedas, provavelmente teve acesso a esta nova realidade dos ativos digitais pelo Bitcoin. Desde sua criação, em 2009, o mercado se desenvolveu e dezenas de outras criptomoedas passaram a disputar o espaço na carteira dos investidores. Movimento positivo, mas que não desbancou o Bitcoin como principal cripto do mercado: é a mais conhecida, negociada e valiosa.
Alguns fatores não apenas explicam a resiliência do Bitcoin ao longo dos anos como sugerem um futuro ainda mais promissor para o ativo. Mesmo os questionamentos sobre a segurança e estabilidade do Bitcoin como um ativo financeiro, em meio à oscilação de valor da cripto, iniciativas regulatórias e à chegada de concorrentes, tiram o brilho da moeda criada por Satoshi Nakamoto (que, na verdade, não tem sua identidade revelada).
A moeda virtual mais utilizada no mundo permite transações financeiras sem intermediários sem a necessidade de uma autoridade monetária, como um Banco Central ou governo para sua emissão e definição de valor. É segura porque tem como base a tecnologia blockchain que permite a criação de um registro público e aberto das transações realizadas com o Bitcoin, o que impede o double-spending (ou uso em duplicidade).
Ao longo dos quase 15 anos desde sua criação, a criptomoeda sobreviveu à intensa volatilidade dos mercados, particularmente durante a pandemia, às iniciativas regulatórias e às dezenas de concorrentes de peso.
Segundo a Binance, maior corretora de criptoativos do mundo por volume de negócios, apesar das incertezas macroeconômicas, o mercado de cripto segue resiliente. No acumulado do primeiro trimestre, a capitalização total do mercado de criptomoedas foi de 49,4%, mesmo em meio às incertezas macros. O movimento de maior destaque foi o doo Bitcoin, mostra o relatório Market Pulse, publicado pela Binance Research, braço de pesquisa da corretora. Ethereum e BNB também valorizaram.
Em março, a criptomoeda ultrapassou o teto de US$ 28 mil, maior cotação desde junho de 2022, o melhor desempenho em uma cesta de 10 ativos digitais acompanhados pela Binance. O preço do Bitcoin subiu 72% no primeiro trimestre.
Muitos especialistas acreditam que os dados sugerem um novo grande ciclo de alta do Bitcoin. Um halving – uma redução planejada na oferta de Bitcoins – está programado para o começo de 2024 e também reforça a visão de que um novo rali nos preços pode estar se formando. O Bitcoin delimitou uma quantidade finita de unidades que podem existir, de até 21 milhões.
Mesmo com a forte valorização do Bitcoin neste começo de ano, o relatório considera legítimos os questionamentos sobre o futuro da criptomoeda em um ambiente em constante mudança.
“Apesar dos contratos inteligentes Layer-1 (Etherium) consistentemente ocuparem as manchetes, o Bitcoin manteve sua posição dominante no topo dos gráficos de capitalização de mercado de criptomoedas, o que destaca sua resiliência em um mercado cada vez mais competitivo”.
O relatório da Binance, assinado por Shivam Sharma e Mac Naggar, destaca ainda os constantes avanços tecnológicos como ponto que favorece o Bitcoin.
“Não apenas estamos testemunhando o início dos ‘NFTs Bitcoin’, como também estamos vendo um ressurgimento de entusiasmo e atenção em todo o ecossistema Bitcoin”, afirmam, acrescentando que a possibilidade de uma infinidade de novos casos de uso para o Bitcoin dará escalabilidade e favorece a posição da criptomoeda no mercado.
Regras sendo aprimoradas
A narrativa do Bitcoin como uma reserva de valor, que ganhou força nos últimos anos, e sua crescente diversificação na forma de uso em transações também reforçam esta visão. No mercado de criptomoedas, em que as taxas são mínimas e as transferências são quase instantâneas, há uma maior eficiência nas transações, e isso tem sido percebido pelas empresas e pessoas.
Várias tecnologias que facilitam o uso de criptomoedas no dia a dia vêm ganhando destaque. Um deles é o Binance Card, lançado no Brasil neste ano e que permite o pagamento de qualquer compra no varejo online ou físico usando 13 diferentes criptomoedas. Iniciativas como essa já estão mudando a forma como os usuários percebem o uso do dinheiro no sistema financeiro.
Recentemente a União Europeia aprovou a regulação específica para as criptomoedas, assim como o Brasil. Estes avanços, naturalmente, reforçam o desejo regulatório em vários locais, o que é um sinal positivo para quem levanta dúvidas sobre o futuro da moeda digital. Investidores questionam se a recuperação no valor do Bitcoin neste ano é sustentável, considerando o aumento do escrutínio regulatório, especialmente nos Estados Unidos.
O regulador de valores mobiliários da Argentina é outro que se movimentou e aprovou um índice futuro baseado em Bitcoin em 12 de abril. O contrato de derivativos regulamentado oferecerá aos investidores qualificados uma forma segura e regulamentada de obter exposição ao Bitcoin.
Em relatório, a Binance menciona que o mercado de criptos está “apenas no começo e terá obstáculos com certeza”, lembrando que o próprio conceito de internet era novo e estranho em seu início, o mesmo acontece com a noção de criptomoeda e tecnologia Web3. “Mas, eliminando o medo e as dúvidas, podemos começar a ver como os seres humanos são impactados e se beneficiam no final do dia. Quanto mais desses exemplos pudermos mostrar, mais brilhante será o nosso futuro”. Como fatores que leva a corretora a crer no futuro sustentado do Bitcoin é, entre outros, a surpreendente curva de adoção nesta indústria.
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