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Missão Chinesa se Prepara para Pouso no Lado Oculto da Lua

A missão Chang'e 6 foi lançada do Porto Espacial de Wenchang, na China, em maio.(Getty Imagens)
 

Objetivos e Desafios da Missão

Uma nave lançada pela China em maio está se preparando para pousar no lado oculto da Lua, uma região inexplorada e raramente visitada. A missão Chang’e 6 tem como objetivo coletar rochas e solo preciosos dessa área pela primeira vez na história.

O Chang’e 6 busca extrair algumas das rochas mais antigas da Lua de uma enorme cratera localizada no Polo Sul lunar. Contudo, o pouso é repleto de riscos. Comunicar-se com a espaçonave no lado oculto da Lua é extremamente difícil.

A cápsula da última missão lunar chinesa, Chang’e 5, trouxe solo e rochas em 2020. (Getty Imagens)

Preparativos para o Pouso

Desde o lançamento no Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, em 3 de maio, a espaçonave Chang’e 6 tem orbitado a Lua aguardando o momento do pouso. No domingo, o módulo de pouso se separará do orbitador e tentará aterrissar na face da Lua permanentemente afastada da Terra. Se bem-sucedida, a missão passará até três dias coletando materiais da superfície lunar.

Importância Científica da Missão

“Todos estão muito empolgados com a possibilidade de analisarmos essas rochas que nunca foram vistas antes”, explica John Pernet-Fisher, especialista em geologia lunar da Universidade de Manchester. Ele já analisou outras rochas lunares trazidas pelas missões Apollo e por missões chinesas anteriores.

Pernet-Fisher destaca que analisar rochas de uma área diferente da Lua pode responder a questões fundamentais sobre a formação dos planetas. A maioria das rochas coletadas até agora são de origem vulcânica, semelhantes às encontradas na Islândia ou no Havaí, mas o material do lado oculto pode ter uma composição química diferente. “Isso nos ajudaria a responder grandes questões, como: como os planetas são formados, por que as crostas se formam e qual é a origem da água no sistema solar?”, acrescenta ele.

Coleta de Material Lunar

A missão visa coletar cerca de 2kg de material usando uma broca e um braço mecânico, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China. A sonda deve visitar uma cratera de impacto chamada bacia do Polo Sul–Aitken, uma das maiores conhecidas no sistema solar. De lá, poderá recolher material proveniente das profundezas do manto lunar, o núcleo interno da Lua, afirma o professor Pernet-Fisher.

Futuro das Missões Lunares

O Polo Sul lunar é a próxima fronteira das missões lunares, com vários países interessados em explorar a região devido à possibilidade de encontrar gelo. O acesso à água aumentaria significativamente as chances de estabelecer uma base humana na Lua para pesquisas científicas. Se a missão for bem-sucedida, a espaçonave retornará à Terra com as amostras preciosas a bordo de uma cápsula de retorno especial. O material será mantido em condições especiais para preservá-lo o mais intacto possível.

Colaboração Científica Internacional

Inicialmente, os cientistas na China terão a oportunidade de analisar as rochas, e posteriormente, pesquisadores de todo o mundo poderão se candidatar para estudar as amostras. Esta é a segunda vez que a China lança uma missão para coletar amostras da Lua. Em 2020, a missão Chang’e 5 trouxe de volta 1,7kg de material de uma área chamada Oceanus Procellarum, no lado visível da Lua. A China planeja mais três missões não tripuladas nesta década, enquanto busca por água na Lua e investiga a possibilidade de estabelecer uma base permanente lá.

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