Enquanto pessoas de todo o mundo tentam se proteger do novo coronavírus durante seu período de expansão, institutos de pesquisa, universidades e indústrias avançam na busca por tratamentos, medicações e vacinas para barrar a pandemia.
Embora ainda não existam remédios ou vacinas de eficácia confirmada contra o coronavírus, diversos países lideram pesquisas para encontrar o antídoto.
No Brasil, instituições como a USP (Universidade de São Paulo) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) se destacam na busca por essas respostas.
Se as previsões frequentes para a fabricação e distribuição de vacinas contra a covid-19 indicam entre meados e os últimos meses de 2021, há medicações e tratamentos que, se confirmados seus efeitos, podem ser a esperança mais próxima de combate ao vírus que colocou bilhões de pessoas em confinamento nas últimas semanas.
Tratamentos e medicações
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), mais de 200 medicamentos antivirais estão sendo testados no mundo todo para o enfrentamento à pandemia.
que avalia as melhores formas de tratamento à doença, como confirmou Nísia Trindade Lima, presidente da fundação. “Seremos capazes de estar produzindo aqueles medicamentos que o estudo clínico apontar como os mais adequados”, disse a mandatária da Fiocruz.
Para isso, em ação conjunta com o Ministério da Saúde, contarão com o Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19, uma expansão do INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas). O local ofertará 100 leitos para pacientes graves da doença. Posteriormente, mais 100.
Também no Brasil, o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em iniciativa promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, foca seus esforços na busca por moléculas ativas contra o coronavírus entre medicamentos que já estão no mercado. Os pesquisadores avaliam cerca de 2.000 fármacos já aprovados, conhecidos e comercializados. As análises, segundo o centro, indicam se essas substâncias são capazes de se ligar ao vírus, em lugares específicos, capazes de bloquear a replicação viral.
Outra possibilidade de combate ao coronavírus é a cloroquina. Autorizada pelo governo federal na última sexta-feira (27) para os casos de pacientes graves, ela ainda teve seus primeiros resultados positivos divulgados em um estudo na França. Agora, pesquisas de maior amostragem pelo mundo querem confirmar a eficácia da medicação, que ainda é vista com precaução por infectologistas.
Nos EUA, a FDA (Food and Drug Administration), agência que regulamenta medicamentos no país, autorizou o uso em caráter de urgência das substâncias cloroquina e hidroxicloroquina (um derivado menos tóxico da cloroquina) para o combate ao coronavírus. Foram 30 milhões de doses doadas por indústrias farmacêuticas ao governo norte-americano.
Vacinas
Em busca do antídoto à covid-19, laboratórios de diversos países aceleraram suas pesquisas e encurtaram os prazos para a fabricação de uma vacina para, em geral, engtre 12 a 18 meses. Segundo especialistas, o processo até a distribuição de vacinas leva cinco anos, em média.
Nesta segunda-feira (30), uma nova previsão animou aqueles que esperam pela chegada mais breve das vacinas: a Johnson & Johnson anunciou que cofinanciará, junto da agência Barda (Biomedical Advanced Research and Development Authority), dos EUA, uma vacina que pode estar pronta no início do ano que vem.
No Brasil, cientistas do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) lideram uma pesquisa por uma vacina feita por meio de partículas artificiais parecidas com o novo coronavírus. Ainda não há previsão para a conclusão dos trabalhos, mas os pesquisadores esperam que a vacina já seja testada em animais nos próximos meses.
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