O grupo baiano teria sonegado ao longo de 10 anos R$ 3,5 milhões Operação Parapitinga
Um grupo empresarial do setor de comércio varejista baiano, que teria sonegado R$ 3,5 milhões, foi alvo da “Operação Parapitinga” na manhã desta quarta-feira (26). A empresa, que não teve o nome divulgado, agia há pelo menos 10 anos e a suspeita é que ao menos 9 pessoas integraram o esquema.
Foram cumpridos 9 mandados de busca e apreensão em seis endereços localizados nos municípios de Bom Jesus da Lapa e Sítio do Mato, ambos na região do Vale do São Francisco.
O esquema fraudulento foi identificado pela inteligência fazendária da Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz), em conjunto com o Ministério Público estadual e a Polícia Civil. O grupo empresarial já acumulava ao longo dos 10 anos infrações no Sefaz pelo transporte de mercadorias sem notas fiscais, mas o órgão só teria se atentado para a repetição das multas há cerca de 3.
“Há pelo menos 10 anos esse grupo tem sido objeto de atuações pela Secretaria da Fazenda. Foram constatadas várias infrações, especialmente no transporte de mercadorias sem notas fiscais. As atuações não são de valores individualmente elevados, mas quando você vê o somatório e a repetição ao longo do tempo, nota-se que há um esquema maior e mais abrangente.
As primeiras informações datam de cerca de 10 anos, mas esses fatos têm sido investigados mais atentamente há cerca de 3”, explicou o promotor Anderson Freitas de Cerqueira, do Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal (GAESF), do MP-BA, durante coletiva de imprensa.
A investigação também constatou que o grupo empresarial usava “laranjas” no quadro societário e empresas em nome de terceiros para aquisição de mercadorias. Os “laranjas” eram funcionários e ex-funcionários com remunerações incompatíveis com as empresas que possuíam, classificadas por Cerqueira como “de portes consideráveis”. A ascensão dos suspeitos dentro da empresa também chamou a atenção dos investigadores. Além do crime de sonegação fiscal, os alvos da operação são investigados por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
“Alguns dos laranjas foram identificados como funcionários da empresa. Sobre a ciência ou não dessas pessoas, esse fato ainda está em investigação, mas o importante é destacar que, por se tratarem de funcionários, há uma ascensão repentina, inusitada da condição de trabalhador, funcionário, para a condição de sócio. Pelas próprias estruturas financeiras já apuradas, eles não tinham capacidade econômico-financeira para integrar o quadro societário”, completou o também promotor do GAESF, Alex Santana Neves.