Moradores da Baixada Santista denunciam execuções na Operação Escudo; Ouvidoria da polícia e parlamentares receberam relatos neste domingo
Moradores da comunidade Caminhos São José, em São Vicente, Baixada Santista (SP), denunciaram em vídeos divulgados nas redes sociais o momento em que um homem baleado aguardava no chão por socorro, sem assistência dos policiais locais.
Os vídeos mostram os moradores, temerosos, com as mãos para cima, tentando chegar ao local onde o homem ferido estava. Segundo relatos, os policiais teriam cortado a luz da área, dificultando ainda mais o acesso ao local e a solicitação de uma ambulância para atender o ferido.
O advogado criminalista Rui Elizeu, que acompanha de perto as ações policiais na região, relatou que duas pessoas foram baleadas na noite dos incidentes, resultando na morte de uma delas. Ele também destacou a dificuldade de identificação das vítimas, que estariam chegando ao Instituto Médico Legal (IML) sem documentos de identificação.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), contatada pela Alma Preta, não confirmou a morte de um dos envolvidos. Segundo informações da SSP-SP, a ação da Polícia Militar visava combater o tráfico de drogas na área, e durante a abordagem a um grupo, ocorreu um confronto que resultou em feridos.
Outro vídeo divulgado anteriormente, datado do último sábado (10), mostra uma discussão entre policiais militares e moradores do Parque Bitarú, também em São Vicente. Durante a discussão, um policial atira em um morador em dois momentos distintos.
Segundo relatos do advogado Elizeu, o morador baleado, identificado como Ruan, estava trabalhando para a Prefeitura de São Vicente no momento do ocorrido. Ele permanece entubado em um hospital em Santos, com a bala alojada próxima à coluna. Os médicos avaliam os riscos de uma intervenção para removê-la.
A SSP-SP declarou que o caso está sob investigação pela Delegacia de São Vicente e pela Polícia Militar, com exames periciais em andamento e coleta de depoimentos de todas as partes envolvidas. A Corregedoria da Polícia está disponível para investigar quaisquer acusações contra os agentes envolvidos nos incidentes.