Informação foi dada pelo irmão de Júlio César de Queiroz Teixeira, que tinha 44 anos e foi morto dentro de uma clínica particular, onde trabalhava, na cidade de Barra, no oeste do estado.
A Polícia Civil apura se o pediatra morto a tiros há dois dias, dentro de um consultório, em Barra, oeste da Bahia, foi assassinado após alertar uma família sobre uma criança atendida por ele, que apresentou sinais de abuso sexual. O caso teria ocorrido no ano de 2016, no município de Buritirama, que fica na mesma região.
Vídeo mostra correria de clientes no momento que médico é morto dentro de clínica na BA
O delegado titular de Barra, Jenivaldo Rodrigues, responsável pelas investigações do crime, disse que foi informado sobre a situação pela família do pediatra, que também falou sobe o caso com a reportagem do g1, na sexta-feira (24). A partir disso, a polícia vai investigar se a morte foi causada por vingança.
Segundo o delegado, na época em que o caso ocorreu em Buritirama, Júlio César não procurou a polícia para prestar queixas das ameaças que teria recebido. Agora, a polícia deve procurar pela família da criança que teria sofrido o abuso há cinco anos.
“Teve essa conversa de que a criança chegou molestada e ele falou que tinha que ir para Irecê [cidade no centro-norte da Bahia], que Irecê que tinha o departamento para investigar, ver direito, né? Mas isso tem um tempo, porque ele como médico tem por obrigação ver uma questão dessa e alertar a mãe e o pessoal para procurar a polícia”, disse ao g1 Lula Teixeira, cirurgião-dentista e irmão do médico.
Lula Teixeira contou que a cunhada dele trabalha como enfermeira e atuava em parceria com o marido durante os atendimentos. Ela presenciou o crime, que ocorreu no momento em que Júlio César fazia o atendimento do dia.
Além da mulher, dois funcionários e uma criança, que estava acompanhada por responsável, presenciaram o assassinato. A polícia não detalhou se essas testemunhas já prestaram depoimento.
Quem era vítima
O pediatra atendia em pelo menos cinco cidades da região, além do Hospital Roberto Santos, na capital baiana. “Ele sempre foi um cara longe de desavenças, de confusões, sempre foi unanimidade na cidade, sempre foi um cara solícito, um profissional, um cidadão que sempre se deu bem com todos”, afirmou o irmão da vítima.
Júlio César tinha dois filhos, de 5 e 8 anos de idade. Ele era o mais novo de três irmãos. Nasceu em Xique-Xique, no norte da Bahia, estudou em Salvador e se formou em medicina na cidade de Maceió, em Alagoas.
Conhecido pela generosidade
Segundo a amiga de infância de Júlio César, Carla Valéria, o pediatra era muito conhecido na região de Xique-Xique pela generosidade e cuidado com os pacientes. Entre a família e amigos, ele era chamado carinhosamente de “Bodinho”.
“Nós estudamos no fundamental juntos e ele se tornou o pediatra das minhas duas sobrinhas. A gente tinha uma relação de amizade, precisava muito da contribuição dele e ele dava”, disse a amiga da vítima.
Carla Valéria é coordenadora pedagógica de um instituto educacional de Xique-xique. Os dois se conheceram no Colégio Osmar Guedes, onde estudaram quando crianças.