O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em meio a um evento de posse do novo secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, abordou a questão das acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a postura de seus apoiadores. Ricardo Nunes, que confirmou sua presença em um ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista no próximo domingo, adotou uma posição cautelosa ao evitar comentar diretamente as suspeitas contra o ex-presidente.
Durante o evento, Nunes foi questionado sobre sua posição em relação às acusações que pesam sobre Bolsonaro. Em resposta, ele destacou que cabe ao “advogado” do ex-presidente defendê-lo no inquérito da Polícia Federal que investiga um suposto envolvimento em um plano de golpe de estado após as eleições de 2022.
Os apoiadores de Bolsonaro argumentam que ele está sendo alvo de perseguição por parte da PF e do ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro convocou uma manifestação para o próximo domingo, na Avenida Paulista, para se defender do caso, e o prefeito, que conta com seu apoio na eleição deste ano, confirmou presença.
Nunes ressaltou que a Constituição garante a presunção de inocência a todos os brasileiros e expressou confiança nas instituições. Ele afirmou que, se existe uma acusação, Bolsonaro tem o direito de apresentar sua defesa. No entanto, Nunes deixou claro que não é sua responsabilidade fazer essa defesa. “Quem tem que fazer isso é ele”, enfatizou o prefeito.
A declaração de Ricardo Nunes reflete a delicada posição política envolvendo as acusações contra Jair Bolsonaro e a postura de seus apoiadores. Ao afirmar que cabe ao advogado do ex-presidente defendê-lo, Nunes sinaliza uma distância prudente em relação à polêmica, enquanto mantém sua presença em um ato de apoio a Bolsonaro. Essa postura demonstra a complexidade das relações políticas em um contexto de acusações e mobilizações públicas.
Nunes disse ainda não ter ouvido alegações de aliados de Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia, que argumentam que o ex-presidente vem sofrendo perseguição da Polícia Federal. Por isso, não se posicionou sobre esse ponto.
“Eu não falo pelo Silas Malafaia, gente. Não tenho procuração. O que eu tenho é o seguinte: o que acho é que é uma manifestação democrática”, disse.
As declarações do prefeito ocorreram durante evento em que o seu partido, o MDB, investiu capital político para celebrar a chegada de Aldo Rebelo, que é filiado ao PDT, mas está licenciado da sigla, para compor o secretariado de Nunes.
Aldo Rebelo assumiu a Secretaria de Relações Internacionais, que foi deixada em janeiro por Marta Suplicy. À convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita decidiu voltar ao PT para ser vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), principal adversário de Nunes. Para justificar a mudança, Marta disse que era impossível ficar do mesmo lado que os bolsonaristas na disputa municipal.