Última parcela do auxílio do governo federal vai ser paga até o fim deste mês.
Cerca de 7 milhões de pessoas vão deixar de receber o auxílio emergencial no estado de São Paulo neste mês. É que a Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta terça-feira (26) a última parcela do auxílio para os aniversariantes do mês de junho
Já quem nasceu entre julho e dezembro recebe o benefício até o fim deste mês. A partir de novembro, com o fim do programa, essas pessoas vão ficar sem renda extra, mesmo com a possível aprovação do novo Bolsa Família, programa do governo federal batizado de Auxílio Brasil
Aos 68 anos, sem emprego e nem aposentadoria, a desempregada Maria Angélica de Souza mora em uma ocupação no Jardim Horizonte, na Zona Sul
Eu moro aqui, eu durmo aqui, eu me alimento aqui
“Eu moro aqui, eu durmo aqui, eu me alimento aqui… porque foi a solução pra pandemia. A caminha foi eu quem fiz com madeira e uma porta. Ganhei um colchão. Trouxe 2 cobertores, mas ganhei mais”, conta a moradora que só come porque recebe doação de alimentos
De antemão pesar de cada família ter um barraco, o banheiro e cozinha são compartilhados. E a situação pode se complicar com o fim do auxílio emergencial
O pagamento do auxílio emergencial, criado pelo governo federal para auxiliar os mais pobres durante a pandemia, começou a ser pago em abril do ano passado
E o número de pessoas que poderiam receber o benefício foi caindo desde o começo da pandemia em São Paulo. Na primeira fase do programa, em abril do ano passado mais de 12 milhões de paulistas tinham direito a receber
Na segunda fase do programa, após o surgimento de novas regras, 10 milhões de pessoas estavam aptas para receber. E o número caiu para 7 milhões neste ano
O governo federal criou o Auxílio Brasil, programa social que vai substituir o Bolsa Família e vai pagar R$ 400 mensais. Além disso, o número de beneficiados deve aumentar. O estado de São Paulo possui 1,6 milhão de beneficiários do Bolsa Família atualmente, o que corresponde a 3,6% da população paulista
Para o Auxílio Brasil sair do papel
Para o Auxílio Brasil sair do papel, o governo vai precisar de mais dinheiro e pode furar o teto de gastos
Além disso não respeitar uma regra importante pra economia, que é a regra do teto de gastos, que foi estabelecida exatamente pra disciplinar os governos pra não gastarem mais do que arrecadam, do que a receita, acaba sendo prejudicial pro próprio programa, Porque lá na frente gera instabilidade, o câmbio explode, o juros sobe inflação sobe e isso prejudica todas as famílias”, disse Joelson Sampaio, professor de economia da FGV
Sem trabalho e com dois filhos para criar, a bartender Gabriela Rodrigues nunca recebeu auxílio emergencial e nem o Bolsa Família. Ela também mora na ocupação do jardim Novo Horizonte e está entre os brasileiros que não recebe nenhum auxílio do governo
“Eu trabalhava e com essa pandemia fui demitida. Esse momento foi muito difícil pra mim. Por ter momentos em que meus filhos olharam pra mim, pediram algo e eu não ter. Eu não conseguir explicar pra eles o motivo disso”. Lamentou
O Ministério da Cidadania disse que, no ano passado, foram investidos mais de R$ 365 bilhões em programas sociais e que atendeu 68 milhões de famílias com o auxílio emergencial, em todo o país.
Fonte: g1
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