A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgou, neste domingo (18).
Uma nota em repúdio às declarações do presidente Lula que comparou a ação de Israel em Gaza, resultante do conflito com o Hamas, à matança de judeus pela Alemanha nazista então governada por Adolf Hitler.
“É lamentável o posicionamento, cada vez mais extremista, tendencioso e dissociado da realidade, do Presidente Lula”, diz a Fisesp. “Comparar a legítima defesa do Estado de Israel contra um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade sem fim”.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também repudiou a fala de Lula e classificou a fala do petista como “distorção perversa” da realidade. “Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, diz a Conib na nota.
O que aconteceu
Fala de Lula é “distorção perversa da realidade”, diz Conib (Confederação Israelita do Brasil). O órgão afirmou que a comparação ofende a memória das vítimas do Holocausto, assim como seus descendentes.
A confederação chamou a posição do governo brasileiro no conflito de “extrema” e “desequilibrada”. Para eles, a fala de Lula mostra abandono da “tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”.
Para a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), posicionamento de Lula é “cada vez mais extremista, tendencioso e dissociado da realidade”. A federação argumenta que ações de Israel representam “legítima defesa” contra “um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus”.
“Condenamos mais uma colocação infeliz do presidente e esperamos que o Itamaraty, que tanto nos orgulhou na história, com sua posição isenta e equilibrada, volte a ser digno de elogios”, termina a nota.
O Museu do Holocausto no Brasil disse que Lula “alimenta o antissemitismo”. “Num momento em que o antissemitismo tem sido propagado e aplaudido por membros proeminentes de seu partido político, esperávamos que o presidente da República compreendesse a perversidade de declarações como essa e amenizasse esta forma de racismo dentro do seu próprio país”, diz um trecho da publicação nas redes sociais.
“Escandalosa combinação de ódio e ignorância”. Essa foi a definição do presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, Dani Dayan. Nas redes sociais, ele disse também que a afirmação é uma “clara expressão antissemita”, segundo a definição da Aliança Internacional de Memória do Holocausto.
“Comparar uma nação que luta contra uma organização terrorista assassina com as ações dos nazistas no Holocausto merece total condenação. É triste que o presidente do Brasil tenha descido a um ponto tão baixo e se tenha envolvido numa distorção extrema do Holocausto”, escreveu.
Em quatro meses de guerra, os bombardeios de Israel na Faixa de Gaza deixaram 28.985 mortos, segundo o Hamas. O dado foi divulgado hoje pelo grupo extremista.