Protesto contra reajuste salarial termina com detenção e ação da Polícia Militar; projeto foi aprovado a portas fechadas com 34 votos
Na noite desta quinta-feira (22), a manifestação de servidores públicos municipais na Câmara de Salvador terminou em confusão, com a intervenção das tropas de choque da Polícia Militar da Bahia e da Guarda Municipal. O Centro de Cultura, local onde as sessões legislativas estão sendo realizadas provisoriamente após o incêndio na sede oficial, foi esvaziado à força.
Durante a ação policial, o sindicalista Bruno Carianha foi detido sob a acusação de incitar a invasão do espaço. O protesto, que começou no início da tarde, foi motivado pela insatisfação com os percentuais de reajuste salarial propostos pela gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil).
Reajuste foi aprovado a portas fechadas
Mesmo com a ocupação do local por sindicalistas, o projeto de reajuste salarial foi aprovado em sessão realizada a portas fechadas, com 34 votos favoráveis. A atitude da gestão municipal e da base aliada gerou ainda mais revolta entre os servidores.
Os percentuais de aumento definidos pelo projeto são:
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📊 9,25% para o Nível 1 / Referência A
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📊 6,65% para o Nível 1 / Referência B
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📊 6,27% a partir do Nível 1 / Referência C
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📊 6,27% para o quadro suplementar do Magistério Público
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📊 4,83% para os demais cargos da administração municipal
Motivo do protesto
Os servidores consideram o reajuste insuficiente, principalmente diante da inflação acumulada e das perdas salariais históricas da categoria. A manifestação, que começou pacífica, ganhou intensidade ao longo da tarde, resultando na ocupação do plenário e na necessidade de reforço policial.
A presença das tropas de choque gerou tensão no local, com relatos de uso de força para dispersão e detenção de manifestantes. Até o momento, além da detenção de Bruno Carianha, não há confirmação de outros presos ou feridos.
Clima político tenso
O episódio evidencia o clima de tensão entre o movimento sindical e a gestão municipal, além de reacender o debate sobre a abertura dos espaços democráticos para o diálogo com os servidores.
A Prefeitura de Salvador e a Câmara ainda não emitiram notas oficiais sobre a intervenção policial e a condução da votação.
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Vereador bolsonarista bate-boca com sindicalistas durante ocupação na Câmara Municipal de Salvador
Durante o tumulto, Cézar Leite direcionou críticas ao deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), chamando-o de “irresponsável” e “oportunista“. O vereador ainda fez publicações em suas redes sociais, atacando a postura dos manifestantes:
🗣️ “PSOL coordena invasão na Câmara de Vereadores de Salvador durante a votação da PL Salarial dos professores. Muita gritaria, confusão e parlamentares agredidos. Com a esquerda é sempre assim: dizem que pregam o diálogo mas agem com extrema violência. Mais uma cena lamentável de radicalismo dessa ideologia nefasta.”