Servidores protestam contra privatização de transporte público e saneamento; Justiça impõe multa a sindicatos
Na terça-feira (3), quatro linhas do Metrô da cidade de São Paulo e pelo menos nove linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ficaram com as estações fechadas devido à greve de servidores que se opõem à política de privatizações do governador Tarcísio Freitas.
A cidade registrou congestionamentos acima da média, com longas filas de trânsito nas ruas. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o pico do congestionamento ocorreu às 8h, com 598 km de lentidão, um aumento em relação à semana passada, quando havia 566 km de filas no mesmo período.
Os usuários do transporte público enfrentaram pontos de ônibus lotados e longos períodos de espera. Além disso, a prefeitura da capital paulista e o governo do estado decretaram ponto facultativo em serviços municipais e estaduais, como creches, escolas e postos de saúde. Vários serviços privados também operaram com restrições.
Demandas dos Sindicatos:
Os servidores da CPTM buscam o cancelamento do edital de concessão da Linha 7 – Rubi para a iniciativa privada e o fim das transferências de trabalhadores da CPTM para as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, que já foram concedidas e atualmente são operadas pela ViaMobilidade.
Os metroviários exigem a realização de um plebiscito oficial sobre os projetos de privatização do Metrô.
Os trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) também pedem a suspensão dos estudos para a privatização da autarquia, que foi uma das promessas de campanha do governador.
Prefeito Atribui Greve ao PSOL:
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, em sua conta no X (antigo Twitter), criticou a greve, que ele caracterizou como ideológica e apoiada por partidos como o PSOL, mencionando a presidente do Sindicato dos Metroviários. Ele também destacou que se trata de uma greve que não respeitou a decisão judicial, que determinava 100% do contingente trabalhando no horário de pico e 80% nos demais horários.
Multa de R$ 500 Mil:
Durante a manhã, a CPTM solicitou ao TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) que os sindicatos fossem multados em R$ 1 milhão. Entendendo que os sindicatos descumpriram a decisão anterior, a juíza Raquel Gabbai de Oliveira elevou a pena, multando cada um deles em R$ 500 mil.
A greve em São Paulo continua atraindo a atenção da população e das autoridades, gerando impactos significativos no transporte público e nas operações da cidade. O impasse entre os sindicatos, o governo e a Justiça persiste, e a busca por uma resolução para a paralisação continua.