Com décadas de existência, o Hamas é um grupo palestino que busca a criação de um Estado islâmico e tem causado tensões na região.
O grupo palestino Hamas, cujo nome é traduzido como “entusiasmo” ou “fervor” do árabe, atacou Israel recentemente, deixando dezenas de mortos e feridos. Com 36 anos de existência, o Hamas é considerado uma organização terrorista por várias nações, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, devido a suas atividades.
Origens do Hamas
O Hamas surgiu em 1987 após uma revolta popular conhecida como “Primeira Intifada” ou “Guerra das Pedras”. O termo “Intifada” em árabe significa tremer de medo ou doença, mas também simboliza um despertar abrupto de um sonho ou inconsciência. A revolta começou quando moradores na Faixa de Gaza começaram a atirar pedras e paus nas tropas israelenses, no que se tornaria um conflito que duraria anos.
O grupo Hamas foi fundado por Sheikh Ahmed Yassin, Abdel Aziz al-Rantissi e Mohammad Taha, todos originários da Irmandade Muçulmana, uma organização que rejeita a cultura ocidental e prega os ensinamentos do Corão.
Objetivos do Hamas
O principal objetivo do Hamas é a instauração de um Estado palestino em toda a área de Israel, que o grupo não reconhece como nação legítima. A Carta de Princípios do Hamas, publicada em 1988, declara que a terra da Palestina “é uma terra islâmica”. O grupo também se considera uma resistência baseada nos princípios do Corão.
Atividades do Hamas
Inicialmente, o Hamas focou em ações humanitárias, como a construção de escolas e hospitais, além de fornecer assistência social em Gaza e na Cisjordânia. Essas ações ganharam apoio e fortaleceram o grupo.
O líder do Hamas, Ahmed Yassin, foi preso pelo governo israelense em 1989. Sua prisão, no entanto, não enfraqueceu o grupo, mas sim o fortaleceu. Após ser solto em uma troca de prisioneiros, Yassin foi morto pela Força Aérea Israelense em 2004.
Atuação Política do Hamas
O Hamas também se envolveu na política palestina. O partido político liderou dois governos sucessivos da Autoridade Palestina e venceu as eleições parlamentares em 2006. No entanto, após confrontos entre o Hamas e o Fatah, outro grupo palestino, em 2007, os representantes eleitos do Hamas foram expulsos do governo na Cisjordânia.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, criou um governo de emergência, levando à divisão da liderança palestina entre Gaza e Cisjordânia.
Em 2011, o Hamas e o Fatah firmaram um acordo de reconciliação após quatro anos de divisão.
Mudança de Foco
Em 2017, o Hamas fez uma mudança significativa em sua carta de princípios, passando a considerar os “sionistas” (governo de Israel) como inimigos em vez de judeus em geral. Apesar dessa mudança, o grupo não reconhece Israel como nação legítima.
O Hamas ainda é considerado uma organização terrorista por várias nações, enquanto outras, como a Austrália e o Reino Unido, consideram apenas seu braço militar, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, como terroristas.
Conclusão
O Hamas continua a ser um dos atores mais influentes na região, desempenhando um papel fundamental na política e na segurança palestina. Sua ideologia, objetivos e ações continuam a desempenhar um papel central nas tensões em curso entre Israel e a Palestina.