Situação seria causada por grandes apreensões, entressafra da planta e suposto problema de distribuição gerado por racha no PCC
Usuários e traficantes de maconha em São Paulo estão enfrentando uma escassez da substância, especialmente do tipo prensado, que é mais acessível e popular entre os consumidores. Essa situação tem persistido por cerca de duas semanas, com relatos indicando um aumento no preço e limitação na quantidade disponível por compra.
Os motivos apontados para essa falta incluem uma série de grandes apreensões recentes, a entressafra da Cannabis, e um suposto desacordo de distribuição atribuído a um racha dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do estado.
Um estudante da zona oeste relatou que o preço da grama da maconha prensada subiu de R$ 10 para R$ 19, forçando alguns usuários a buscar alternativas mais caras ou outras substâncias psicoativas, como skunk, LSD e cogumelos alucinógenos.
De acordo com um traficante local, a maior parte da maconha prensada tem origem no Paraguai, chegando a São Paulo por meio de caminhões e carros, um método de transporte altamente suscetível a interceptações. Este mês, a droga entrou em seu período de entressafra, o que naturalmente reduz a disponibilidade. Além disso, uma ação recente da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado resultou na apreensão de mais de 300 quilos de maconha em Bauru, exacerbando a escassez.
A situação é complicada ainda mais por tensões internas dentro do PCC. Um racha entre os líderes da facção, especialmente entre Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, e Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, influencia diretamente a logística de distribuição da maconha. Tiriça, que supostamente gerencia o tráfico de maconha dentro da facção, está no centro dessa disputa de poder.
Autoridades policiais confirmam que atrasos na distribuição do prensado aos pontos de tráfico são uma realidade atual. Enquanto alguns oficiais apontam para a entressafra e apreensões como as principais causas, outros sugerem que as lutas de poder internas do PCC estão desempenhando um papel crucial no problema.
A falta de maconha mais acessível é sentida em diversas áreas da cidade, incluindo regiões do Sacomã e Jabaquara, na zona sul. Este desenvolvimento é observado de perto tanto pelas autoridades quanto pelos consumidores, revelando as complexas dinâmicas do tráfico de drogas em um dos maiores centros urbanos do Brasil.