O litoral de Salvador e Ilhéus, únicas cidades do Nordeste a receber cruzeiros, ficaram de fora do que restou desta temporada. Paralisada no final de 2021 por causa de surtos de Covid-19 nas embarcações, a temporada de cruzeiros voltou a ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano. A Bahia, no entanto, não respondeu e-mails da Associação Internacional de Cruzeiros Marítimos (Clia) e, por isso, não deve receber a nova leva de turistas que desembarcam sazonalmente por aqui.
Avani Duran, diretora da LR Turismo, operadora que atende a Costa Cruzeiros no Nordeste, critica a situação. “O Nordeste acabou sendo descartado das rotas”, diz. Ela, que também é coordenadora da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio, assina com outras 10 entidades e associações uma carta em lamento pela suspensão da temporada de cruzeiros na Bahia.
Logo em seguida à liberação pela Anvisa, a associação internacional enviou um e-mail para todos os estados que recebiam cruzeiros para que fossem incluídos nas novas rotas dos navios. Sem a resposta da Bahia, as operadoras montaram opções de roteiro sem o estado.
“Fizemos o último esforço pedindo ao secretário de Turismo que respondesse ao e-mail. Ainda se pediu que ele agilizasse, para que pelo menos no dia 25 de fevereiro, pela manhã, tivesse a resposta”, conta Avani. Mesmo com a afirmativa de que o estado tinha interesse em
participar da temporada, a resposta só veio depois e já não era mais possível inserir a Bahia nas rotas.
O secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacellar, no entanto, justifica que a não resposta imediata ocorreu como forma de priorizar a atividade epidemiológica no estado.
A temporada retornou no último sábado (5) e deve se estender até o final de abril. A Secretaria de Turismo da Bahia (Setur) publicou na última sexta-feira (4), um dia antes da retomada, a liberação dos cruzeiros no estado. Segundo o comunicado, a decisão se baseou nos índices de Covid-19 na Bahia e passou primeiro pela Secretaria de Saúde (Sesab). “Aí eu fiz uma correspondência com a Clia, avisando que eles poderiam voltar a operar no estado. Essa correspondência foi no dia 4 de março e até hoje não obtivemos resposta”, se queixa Bacellar.
De acordo com o secretário, a opção foi por esperar passar o período de Carnaval para que fosse analisado o desenrolar da Covid-19 na Bahia. “O Carnaval era uma incógnita. Felizmente passamos por ele e hoje a pandemia está controlada”, considera Bacellar. Mesmo sentindo pelo baque financeiro que a perda dos cruzeiros pode trazer para a economia, o secretário reafirma que o estado não poderia se curvar a uma programação pré-estabelecida pelos cruzeiros.
FONTE: metro1
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