Após completar na sexta-feira a quinta sessão consecutiva de baixa, as taxas dos DIs fecharam esta segunda-feira em alta firme no Brasil
em meio a um movimento de correção de preços e ao avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
Na sexta-feira, os comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a inflação nos Estados Unidos, considerados mais amenos pelo mercado financeiro, fizeram as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fecharem em baixa. Foi o quinto recuo consecutivo.
Nesta segunda-feira, porém, a postura dos investidores era mais cautelosa, tanto no exterior quanto no Brasil.
“Os (rendimentos dos) Treasuries estão operando em alta, e há um pouco de correção em relação à sexta-feira. Não vi razão para o mercado terminar a sessão de sexta em tom tão positivo e isso me surpreendeu,
porque o Powell foi cauteloso”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho (NYSE:MFG), Luciano Rostagno.
A expectativa antes da divulgação de uma bateria de dados nos EUA nesta semana também influenciava o avanço dos yields dos títulos dos EUA, o que favorecia a alta global do dólar e o recuo das bolsas de ações.
No Brasil, as taxas dos contratos futuros de juros subiram 15 pontos-base em alguns vencimentos.
Nos EUA, a curva de juros seguia projetando manutenção da taxa básica pelo Federal Reserve na faixa de 5,25% a 5,50% em dezembro, com chances do início do ciclo de cortes em março no próximo ano.
Na terça-feira, saem nos EUA os dados do PMI de serviços e o relatório JOLTS de empregos, além do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre.
Na sexta-feira serão divulgados os números do relatório de empregos payroll nos EUA, cujos números serão checados com lupa pelos investidores.
Perto do fechamento desta segunda-feira a curva a termo no Brasil precificava em 97% as chances de o corte da Selic na próxima semana ser de 0,50 ponto percentual, como vem sinalizando o BC.
As chances de corte de apenas 0,25 ponto percentual estavam em 3%. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,335%, ante 10,28% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,02%, ante 9,911% do ajuste anterior.
A taxa para janeiro de 2027 estava em 10,165%, ante 10,02%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,435%, ante 10,289%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,87%, ante 10,716%.
Durante a tarde, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participou de uma transmissão ao vivo da instituição, mas não tratou especificamente do futuro da política monetária.
Ele afirmou que o BC tem visões sobre políticas macroeconômica e financeira que vão além do mandato de um governo.
“O Banco Central conseguiu manter um trabalho técnico o tempo todo, conseguiu claramente mostrar à sociedade que é um órgão técnico
que tem uma visão de política monetária de política macroeconômica e da parte de estabilidade financeira que vai muito além de um mandato de governo”, disse.
Às 16:38 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 6,40 pontos-base, a 4,2876%.
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