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Gigante financeira teve aumento no lucro no segundo trimestre
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Varejo segue comandando as receitas da empresa
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InvestingPro analisa perspectivas para o futuro
Listada apenas na Nasdaq e administrando mais de R$1 trilhão de ativos de clientes, a XP (NASDAQ:XP) foi pioneira na popularização dos investimentos no Brasil. Fundada em 2001, começou a operar como corretora em 2006 e em poucos anos seu home broker era o mais usado da B3 (BVMF:B3SA3).
Mas já faz tempo que a empresa se diversificou e parou de focar apenas nos investimentos. Aos poucos, passou a atuar como banco, oferecendo conta corrente, cartões, seguros e previdência, entre outros produtos. Ainda assim, o carro-chefe da empresa segue sendo a renda variável, firmada como maior plataforma de compra e venda de ativos financeiros do Brasil e dona de marcas conhecidas no mercado como Rico e Clear.
A questão agora é: será que a empresa conseguirá manter o ritmo no 3T23? Com o balanço se aproximando em 13 de novembro, há expectativa de continuar crescendo e se firmando como um dos grandes bancos do país.
Segmento espera onda positiva
Em outubro, a XP anunciou o fim de sua exchange própria de criptomoedas, a Xtage. Embora as criptomoedas estejam em baixa, os investimentos em geral devem continuar crescendo. Com a Selic baixando ainda mais, a tendência é que investidores migrem da renda fixa para a variável, o que beneficia plataformas focadas em ações.
Lembrando que R$2,89 bilhões da receita bruta de R$3,7 bilhões no trimestre passado veio daí, o que aumenta a expectativa para o futuro a médio prazo. A renda variável se manteve estável mesmo em um cenário de juros mais altos.
De toda forma, a renda fixa também contribuiu bastante para manter os números da XP positivos. A receita deste segmento cresceu 74% em comparação com o primeiro trimestre de 2023 graças à recuperação do crédito privado.
Novidades aumentam expectativa
Além de esperar crescimento da renda variável com a Selic mais baixa e continuar com bons resultados em renda fixa, cartões e fundos, entre outros produtos, a XP também continua expandindo sua atuação. Afinal, por ser listada na Nasdaq acaba passando pelo escrutínio dos investidores norte-americanos e precisa se manter atrativa.
A empresa está lançando uma conta global com cartão de débito internacional sem taxas e com IOF de apenas 1,1%, similar ao que alguns bancos já fazem, mirando o público brasileiro que viaja para o exterior.
A plataforma de fundos cresceu 9% no segundo trimestre e vem se aproximando dos números de 2022. Além disso, a XP Asset teve números interessantes no semestre, atraindo 213 mil novos investidores – enquanto o mercado de fundos em geral perdeu 138 mil.
Finalizando as novidades positivas da XP, em setembro a empresa pagou dividendos de US$0,58 por ação, com um Dividend Yield de 2,33%.
InvestingPro: XP está mesmo atrativa?
Utilizando nossas ferramentas do InvestingPro, analisamos alguns pontos da XP para concluir se o futuro da empresa continua mesmo promissor.
A ação fechou o pregão desta segunda-feira cotada em US$21,43. Segundo o InvestingPro, o preço-justo da XP é US$29,61. Ou seja, há um potencial de valorização de 38,2% a médio prazo. A relação Preço/Lucro da empresa está em 16,4x atualmente, ainda dentro de um valor aceitável.
Já a Saúde Financeira da XP está em 2,55, com classificação C para o InvestingPro. O valor é próximo da média e foi prejudicado recentemente por quedas na cotação, que baixaram a nota da categoria Tendência de Preço (1) – o papel chegou a valer quase US$27 em agosto.
Todas as outras categorias da ferramenta estão com nota 3. Em Crescimento, o destaque vai para o crescimento do Fluxo de Caixa Livre, tanto recentemente quanto na média dos três últimos anos. Em Lucratividade, o ROE atual e médio dos últimos dois e cinco anos se destacam. Em Valor Relativo, métricas de Preço/Vendas e Preço/Valor Patrimonial por Ação puxam para cima. E em Fluxo de Caixa, ponto para a Margem de Fluxo de FCL e Margem de Fluxo de Caixa Operacional.
Comparativamente, o BDR da XP no Brasil (XPBR31 (BVMF:XPBR31)) também tende a crescer. Fechou o pregão da segunda com valor de R$107,00 e tem preço-justo em R$147,69, com upside positivo de 38,0%. A nota de Saúde Financeira é a mesma, naturalmente.
Para finalizar, comparamos a XP com algumas “concorrentes”, embora seja difícil a classificação: Nubank (BVMF:ROXO34) e Inter, bancos brasileiros listados nos EUA, e Charles Schwab e Interactive Brokers, plataformas norte-americanas que permitem investimentos no exterior diretamente do Brasil.
E a XP se encontra na média. À exceção do Nubank (-18,6%), todos se encontram com potencial de valorização do preço-justo positivo. Já a Interactive Brokers é a única da lista a ter nota de Saúde Financeira B (3,16), enquanto as outras também ficaram com C no momento.
Atenção ao próximo balanço
A confirmar os números positivos no balanço do 3T23 em novembro, a XP se consolida como um case interessante a estudar. A empresa vem investindo em novidades para seguir crescendo sem depender tanto da plataforma de investimentos, que ainda assim conseguiu se manter bem mesmo com taxas de juro altas no Brasil. Com a Selic em queda, 2024 pode prometer ventos melhores para quem já vinha navegando em águas desafiadoras.
OBS: Os dados apresentados no texto foram coletados na segunda-feira, 23 de outubro de 2023.
Este artigo é apenas informativo; não constitui recomendação de investimento e nem pretende incentivar a compra das ações mencionadas. Lembre-se que toda empresa deve ser analisada por diversos pontos de vista e investir no mercado de renda variável sempre implica em riscos.
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