Diego Fernandes, negociador da CBF com o Real Madrid, revelou ao ge os planos culturais do treinador
(Reprodução)
A apresentação de Carlo Ancelotti à Seleção Brasileira foi o ponto final de um processo de negociação que durou três meses e envolveu bastidores discretos, viagens internacionais e pedidos inusitados. Um deles partiu do próprio treinador: o desejo de se aproximar da cultura brasileira. Segundo Diego Fernandes, empresário que intermediou a contratação do técnico junto ao Real Madrid, Ancelotti manifestou interesse em conhecer o Rio de Janeiro de forma mais profunda, com visitas ao Corcovado e até as escolas de samba, como forma de mergulhar no cotidiano e nas tradições do país que agora representa.
“Ele está louco para conhecer o Corcovado. Carlo quer viver o Rio intensamente, quer viver o Brasil, os brasileiros”, contou o empresário, em entrevista ao ge.
Responsável por intermediar a contratação, Fernandes acompanhou o técnico italiano durante todo o processo, mesmo sem ocupar um cargo formal na CBF. De acordo com o empresário, que é CEO da O8 Partners e possui mais de 100 clientes entre atletas e ex-jogadores, Ancelotti também fez outro pedido específico: visitar uma escola de samba. “Pediu para ir a uma escola de samba, ele quer sambar. Ele vai ser muito bem recebido por todos os brasileiros, ele e a esposa dele, a Mariana”, disse Diego.
O empresário revelou que a negociação foi complexa, atravessada por obstáculos políticos e institucionais dentro da CBF. Mesmo assim, afirmou que sempre esteve confiante na conclusão do acordo. “Normalmente, no mercado financeiro você é mais frio. Porque faz parte uma negociação dar certo, dar errado. Essa envolvia paixão, envolvia o amor de um apaixonado pelo futebol. Então era uma pressão realmente maior”, relatou.
Fernandes também afirmou que nunca enfrentou resistência por parte do Real Madrid e agradeceu o tratamento recebido pela diretoria do clube espanhol. “Existia dificuldade porque o Carlo tinha contrato com o Real Madrid. Mas eu tenho que agradecer ao Florentino, ao Sánchez (diretor-geral do clube), eles foram incríveis. Foram muito especiais”, declarou.
A identidade de Diego Fernandes como negociador da CBF foi mantida em sigilo até ser revelada pela imprensa espanhola durante uma partida entre Real Madrid e Arsenal no Santiago Bernabéu.
Durante a coletiva de apresentação de Ancelotti no Brasil, Fernandes esteve na primeira fila, acompanhado de uma equipe de filmagem. Vestia uma camisa retrô da Seleção Brasileira, réplica da usada por Mané Garrincha na Copa de 1962. A peça de roupa, segundo ele, também foi um pedido do treinador. “Ele achou linda a camisa. Vamos providenciar uma para ele.”
Antes de retornar a São Paulo, Fernandes afirmou que voltará ao Rio de Janeiro nos próximos dias para reencontrar o treinador e continuar auxiliando na adaptação de Ancelotti ao país. “Tenho uma relação com jogadores que eu conheço já há bastante tempo. O Neymar é um deles. Conheço o pai, conheço o pai de vários outros jogadores de futebol, conheço dos estádios que frequento e acabei criando vínculo com familiares”, explicou.
Com experiência anterior no mercado financeiro, Fernandes se tornou próximo do universo esportivo oferecendo serviços de câmbio e assessoria de investimentos. Sua proximidade com atletas e patrocinadores abriu caminho para se aproximar também da CBF.
Pelo trabalho de intermediação com Ancelotti, o empresário receberá uma comissão da entidade.
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