Assinatura questionada, denúncia de falsidade, crise de bastidor e um racha entre pesos-pesados do Judiciário explicam a nova queda do presidente da CBF.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou novamente, nesta quinta-feira (15), o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, por meio de uma liminar expedida pelo desembargador Gabriel Zefiro. A ação atende a um pedido de Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade e filho do ex-presidente José Sarney.
O argumento usado? A suposta falsificação da assinatura do coronel Nunes, ex-presidente da CBF, em um acordo judicial homologado em fevereiro pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que havia reconduzido Ednaldo ao cargo após sua primeira destituição em 2023.
🧨 A queda que começou em um laudo pericial
A movimentação que resultou na nova derrubada de Ednaldo começou com uma publicação do portal Leo Dias, afirmando que o coronel Nunes, hoje com 86 anos, estaria com déficit cognitivo. Poucos dias depois, a deputada Daniela Carneiro (União-RJ) e Fernando Sarney entraram com pedidos formais de anulação do acordo e de afastamento de Ednaldo, anexando ao processo um laudo assinado por uma perita grafotécnica, apontando indícios de falsidade na assinatura de Nunes.
⚖️ O contra-ataque e o silêncio de Gilmar
Gilmar Mendes, que em janeiro havia sido o principal garantidor da volta de Ednaldo ao poder, recusou de imediato o pedido de afastamento, mas determinou uma apuração urgente pelo TJ-RJ. O mesmo tribunal que derrubou Rodrigues em dezembro voltou a agir, agora com agilidade incomum: a nova liminar saiu em apenas sete dias.
Na decisão de nove páginas, o desembargador Zefiro declarou que o coronel Nunes não tinha capacidade mental para assinar qualquer documento e, por isso, invalidou o acordo judicial e destituiu Ednaldo da presidência, nomeando Fernando Sarney como interventor.⚔️ Disputa política e alianças quebradas
A crise interna da CBF não é apenas jurídica — é profundamente política. Nos bastidores, a nova queda de Ednaldo é interpretada como o rompimento definitivo do apoio de Gilmar Mendes, que vinha blindando o dirigente. O motivo? A reportagem “Coisas Extravagantes”, da revista piauí, que revelou gastos questionáveis da CBF, influência política e vínculos financeiros entre a entidade e o Instituto IDP, fundado por Gilmar.
Com pressão de parlamentares da direita e ameaças de CPI para investigar a relação do ministro com a entidade, Gilmar teria recuado estrategicamente, deixando Ednaldo exposto.
🔚 O que acontece agora
Com a queda, o cenário na CBF volta a ser de intervenção judicial e incerteza institucional. Fernando Sarney assume interinamente e deverá organizar uma nova eleição, dentro da legalidade estatutária.
Ednaldo ainda pode recorrer da decisão — mas agora, sem o apoio de Gilmar Mendes, a partida parece mais difícil do que nunca.
AGORA: Justiça Afasta Ednaldo Rodrigues da Presidência da CBF
A Justiça brasileira determinou o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nesta quinta-feira (data atual). A decisão surpreende o meio esportivo e político, e pode mudar o rumo da gestão da entidade máxima do futebol brasileiro.
Segundo fontes do meio jurídico, a medida tem como base irregularidades no processo de eleição que conduziu Ednaldo ao cargo, além de questionamentos sobre a condução administrativa e estatutária da CBF nos últimos meses.