Técnicos de São Paulo e Palmeiras se encontram e trocam elogios na véspera da final do Paulistão
Rogério Ceni e Abel Ferreira concederam entrevista na sede da Federação Paulista de Futebol
Os técnicos e capitães de Palmeiras e São Paulo se encontraram no início da tarde desta terça-feira
para falar da final do Campeonato Paulista.
Os rivais se enfrentam quarta, no Morumbi, e domingo, no Allianz Parque.
O tom da conversa entre Abel Ferreira e Rogério Ceni foi elogioso.
Acompanhados de Gustavo Gómez e Rafinha,
os dois se abraçaram antes do início da entrevista coletiva na Federação Paulista.
Depois, cada um analisou os pontos fortes de seu rival.
Elogios de Abel para Ceni
Para Abel, a decisão do Estadual colocará em confronto os dois melhores times da competição.
O português lembrou da vitória alviverde por 1 a 0 no Morumbi durante a fase do grupos,
em que o São Paulo pressionou bastante, especialmente no segundo tempo.
– Falando do adversário, vocês têm uma amostra do que foi o jogo lá (no Morumbi).
Começou equilibrado e abrimos o marcador.
Nosso adversário nos empurrou para trás, muito bem organizado,
uma equipe que joga com muita gente por dentro, com jogadores jovens e experientes.
Fico acima de tudo muito contente, porque estão as duas melhores equipes na final,
o que nem sempre acontece. Isso mostra o mérito e o trabalho dos dois treinadores,
dois elencos e dois clubes – disse Abel.
– Acho que neste jogo de ida tem essa vantagem com seu público.
O São Paulo é muito forte em casa.
Vamos procurar impor nosso jogo.
Somos nós contra eles,
nossas intenções são as mesmas deles, respeitamos muito, mas queremos vencer.
É o nosso propósito.
É uma equipe muito bem qualificada.
Já joguei algumas vezes contra o Rogério,
ouvia do outro lado do mundo que era o goleiro que mais fazia gols no mundo.
Nunca na minha vida sonhava atravessar o Atlântico e jogar contra ele como treinador.
É um prazer muito grande.
Abel pontuou que Rogério, com o tempo, tende a tornar o São Paulo ainda mais forte.
– (O Ceni) Em pouco tempo conseguiu implementar sua ideia de jogo,
o 4-2-2-2 é uma forma difícil de se parar, tem muita mobilidade.
Passaram por um período turbulento, deram a volta e chegaram à final com maturidade competitiva.
A gente vê uma equipe com processos, com identidade.
Para esse processo ser mais consistente, como o Palmeiras, precisa dar tempo.
Isso depende de quem lidera os clubes, e tem que ter coragem para perceber a competência do profissional que tem.
– O Guardiola no primeiro ano do City não ganhou nada.
Chegou no final e renovou o contrato.
Quer a Champions há cinco ou seis anos, e nada. Liverpool e Klopp têm um trabalho de cinco ou seis anos.
É difícil aqui trabalho com longevidade.
Aqui querem ganhar para ontem, pensam que mudar treinador é sorte.
Nós fazemos a nossa oração, e eles também.
Esqueçam, Deus não entra no jogo. Só dá saúde para ralarmos.
Quem lidera os processos tem que confiar no processo.
É bom independentemente do resultado?
É nisso que acredito – comentou.
Elogios de Ceni para Abel
Ceni, por sua vez, listou as formas de jogo do Verdão e elogiou Abel ao dizer que ninguém consegue ganhar a Libertadores sem méritos.
– Nem tudo podemos revelar.
Óbvio que o treinador decifra a outra equipe, o Palmeiras tem um ataque veloz,
dois jogadores importantes de armação, faz saída com três na defesa…
O problema é que são talentosos.
Confiamos também no potencial coletivo e individual dos nossos jogadores,
jogadores jovens que formam principalmente o setor de meio do nosso time
– afirmou o treinador são-paulino.
– Dentro da nossa casa, sabemos que enfrentar o Palmeiras no domingo só com a torcida palmeirense é difícil,
por isso vamos tentar a vitória.
É um confronto em que as duas equipes tentam a vitória no seu sistema,
mas os dois tentando a vitória a todo custo.
Ninguém ganha Libertadores por acaso, mas ganha com administração de grupo, trabalho – acrescentou.
Rogério destacou a solidez do trabalho de Abel no Palmeiras.
– Ele tem um esquema definido.
A partir do momento em que ganha a Libertadores, o treinador ganha força, e o clube confia bastante,
dá liberdade para ele trabalhar.
A partir dali, o Palmeiras começa a ter variações: diversas peças, modelos,
para que possa se adequar ao adversário, com time mais defensivo, mais alto.
Esse primeiro título deixa o Abel mais à vontade, deixa o Abel mais tranquilo.
fonte : ge