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Coveiro palestino Sa’di Baraka faz uma pausa enquanto cava novas sepulturas em um cemitério em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, sexta-feira, 2 de agosto de 2024, preparando espaço para mais vítimas da guerra que já dura 10 meses. “Nós enterramos mártires”, disse Baraka. “Às vezes, fazemos sepulturas sobre outras sepulturas.” (Foto AP/Abdel Kareem Hana

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À medida que o número de mortos em Gaza ultrapassa 40.000, corpos são enterrados em quintais, ruas e sepulturas empilhadas

 

O Cenário Atual em Gaza

Em um cemitério superlotado em Gaza, Sa’di Baraka passa os dias cavando a terra, criando mais espaço para os corpos em sepulturas empilhadas. “Às vezes, fazemos sepulturas umas sobre as outras”, afirmou ele.

Baraka e seus voluntários começam ao amanhecer, cavando novas trincheiras ou reabrindo sepulturas antigas. Os mortos chegam de diversas áreas de Gaza, onde os cemitérios foram destruídos ou se tornaram inacessíveis. Este cemitério tem 70 anos, mas um quarto das sepulturas é recente.

Impacto Devastador do Conflito

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, o número de mortos em Gaza já ultrapassou 40.000, conforme relatado pelo Ministério da Saúde administrado pelo Hamas. Este número inclui civis e militantes. A pequena e densamente povoada faixa de terra agora está repleta de corpos, que lotam necrotérios e transbordam dos cemitérios.

Famílias que fogem repetidamente para escapar dos ataques enterram seus mortos onde podem: em quintais, estacionamentos, sob escadas e ao longo de estradas. Outros corpos permanecem sob escombros, sem a certeza de que serão contados.

Uma Realidade Desoladora

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Desde outubro, as mortes contínuas já reivindicaram quase 2% da população de Gaza antes da guerra. Oficiais de saúde e trabalhadores da defesa civil acreditam que o verdadeiro número pode ser ainda maior, incluindo corpos sob escombros que, segundo a ONU, pesam 40 milhões de toneladas.

De acordo com o autor palestino Yousri Alghoul, Gaza parece destinada a se tornar um grande cemitério, com suas ruas, parques e casas, onde os vivos são apenas mortos à espera de sua vez.

Israel começou a bombardear Gaza após militantes liderados pelo Hamas cruzarem a fronteira israelense em 7 de outubro, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de aproximadamente 250 reféns. Israel busca a destruição do Hamas e afirma que seus ataques visam apenas militantes, responsabilizando o grupo pelas mortes de civis. A luta já resultou na morte de 329 soldados israelenses.

O Deslocamento dos Mortos

Os palestinos, mesmo após a morte, são forçados a se mover para evitar os ataques. O exército israelense desenterrou, arou e bombardeou mais de 20 cemitérios, segundo imagens de satélite analisadas pelo veículo investigativo Bellingcat. Tropas levaram dezenas de corpos para Israel em busca de reféns, e, ao serem devolvidos a Gaza, esses corpos, muitas vezes decompostos e irreconhecíveis, são enterrados rapidamente em valas comuns.

O exército israelense declarou à Associated Press que está tentando resgatar corpos de reféns onde a inteligência sugere que possam estar. Corpos que não são identificados como reféns são devolvidos com dignidade e respeito.

A Dor de Perder Entes Queridos

Haneen Salem, uma fotógrafa e escritora do norte de Gaza, perdeu mais de 270 membros da família em bombardeios. Entre 15 e 20 desses corpos foram desenterrados — alguns após tropas destruírem cemitérios e outros movidos por parentes temendo que as forças israelenses destruíssem seus túmulos. “Não sei como explicar o que é ver os corpos de meus entes queridos espalhados no chão”, disse ela. “Depois da guerra, se continuarmos vivos, cavaremos uma nova sepultura e espalharemos rosas e água sobre ela para suas almas boas.”

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