África do Sul Solicita ao Tribunal Internacional de Justiça que Ordene Israel a Parar Ofensiva em Gaza
Intensificação da Ofensiva em Rafah
O ministro da Defesa de Israel anunciou que tropas adicionais se preparam para intensificar a ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no sul de Gaza. O objetivo é destruir o Hamas. Enquanto isso, a África do Sul pediu ao principal tribunal da ONU que ordene a suspensão da operação israelense.
Yoav Gallant, membro do gabinete de guerra de Israel, afirmou que as forças israelenses já desgastam o Hamas em Rafah, mesmo antes da ofensiva atingir sua intensidade máxima. Ele declarou que a operação continuará com a entrada de mais forças na área. As tropas israelenses já destruíram vários túneis na região e destruirão outros em breve. “Essa atividade se intensificará. O Hamas não é uma organização que possa se reorganizar, não tem tropas de reserva, não tem estoques de suprimentos e não tem capacidade para tratar os terroristas que visamos. O resultado é que estamos desgastando o Hamas”, afirmou Gallant.
Pedido ao Tribunal Internacional de Justiça
Enquanto Gallant fazia essas declarações, a África do Sul solicitou ao principal tribunal da ONU que ordenasse a suspensão da operação. Eles afirmam que os ataques à cidade do sul de Gaza “devem ser interrompidos” para garantir a sobrevivência do povo palestino. O tribunal agendou dois dias de audiências como parte do caso da África do Sul, que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza.
As audiências no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) ocorrem após a África do Sul ter solicitado, na semana passada, medidas emergenciais adicionais para proteger Rafah, onde mais de um milhão de palestinos buscaram abrigo. Israel repudiou a acusação sul-africana de violação da Convenção de Genebra de 1949 e responderá na sexta-feira. Israel destacou que intensificou os esforços para enviar ajuda humanitária a Gaza, conforme anteriormente ordenado pelo TIJ.
Continuação da Operação Militar
Israel insiste que a operação em Rafah deve prosseguir como parte de sua guerra contra o Hamas, desencadeada por um ataque dentro de Israel em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas morreram e outras 250 foram feitas reféns. Israel afirma que quatro batalhões do Hamas estão agora na cidade do sul de Gaza.
Nos quase oito meses desde que Israel respondeu ao ataque terrorista do Hamas, pelo menos 35.000 palestinos morreram, segundo autoridades de saúde na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Ajuda Humanitária e Negociações
Na quinta-feira, os Estados Unidos finalmente ancoraram um cais flutuante temporário em uma praia de Gaza, na esperança de aumentar a entrega de ajuda. O mau tempo havia atrasado o projeto. No entanto, ainda não está claro como a ajuda será distribuída, dadas as dificuldades enfrentadas pela ONU e grupos de ajuda nos últimos meses.
Enquanto isso, as negociações para cessar-fogo e libertação de reféns continuam estagnadas. O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que seu grupo, que governa Gaza desde 2007, deve continuar tendo um papel na região. Por outro lado, o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, mediando juntamente com o Qatar e os Estados Unidos, disse que Israel não está fazendo o suficiente.
Confrontos no Norte de Gaza
No norte de Gaza, tanques israelenses avançaram para o coração do campo de refugiados de Jabalia, enfrentando foguetes antitanque e bombas de morteiro de militantes concentrados na área. O exército israelense informou que cinco soldados morreram na região, atingidos por fogo de tanques israelenses.
As forças terrestres israelenses reentraram em partes do norte de Gaza este mês para reprimir tentativas do grupo islâmico Hamas de se reorganizar. “Soldados do batalhão 202 trocaram fogo entre tanques, resultando na morte de cinco soldados e ferindo alguns. Os soldados foram evacuados para tratamento médico adicional, e as famílias foram informadas”, relatou o exército sobre o incidente ocorrido na quarta-feira.