Pelo menos 20 pessoas morreram em um tiroteio em massa realizado por militantes islâmicos na região de Jammu e Caxemira, no pior ataque contra civis nos últimos anos.
Um ataque brutal abalou a pacífica paisagem de Pahalgam, na região de Jammu e Caxemira, na Índia, nesta terça-feira (16). Supostos militantes abriram fogo contra um grupo de turistas, deixando pelo menos 20 mortos, segundo fontes de segurança ouvidas pela imprensa local. Outras estimativas apontam 24 a 26 vítimas fatais, embora o número exato ainda esteja sendo apurado pelas autoridades.
O atentado, que ocorreu em um acampamento fora da estrada, é considerado o pior ataque contra civis na região do Himalaia em anos, e reacende preocupações com o aumento da violência em uma das áreas mais sensíveis da Ásia.
Testemunhas Descrevem Cena de Terror
Relatos dramáticos revelam a intensidade do ataque. Uma testemunha contou ao India Today que, inicialmente, pensou se tratar de fogos de artifício:
“O tiroteio aconteceu na nossa frente… quando ouvimos os gritos, corremos por cerca de quatro quilômetros sem parar. Estou tremendo até agora.”
A ação envolveu dois ou três militantes armados, segundo o Indian Express, citando uma autoridade da polícia local. A operação foi rápida e extremamente violenta, pegando os turistas desprevenidos em uma área de lazer bastante frequentada durante o verão.
Grupo Militante Assume Responsabilidade
Um grupo pouco conhecido chamado “Resistência da Caxemira” reivindicou a autoria do atentado. Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o grupo afirmou estar retaliando contra o que classificou como uma “mudança demográfica” na região, alegando que mais de 85 mil “forasteiros” se estabeleceram em Jammu e Caxemira, alterando o equilíbrio étnico e religioso local.
“A violência será direcionada àqueles que tentam se estabelecer ilegalmente”, escreveu o grupo.
A Reuters relatou que não conseguiu verificar de forma independente a autenticidade da mensagem.
Reações Oficiais: Índia, EUA e Comunidade Internacional
O ministro-chefe de Jammu e Caxemira, Omar Abdullah, afirmou em uma publicação na rede X (antigo Twitter) que o ataque é “muito maior do que qualquer coisa que vimos nos últimos anos”.
O ministro do Interior da Índia, Amit Shah, anunciou que está a caminho da Caxemira para realizar uma reunião de segurança emergencial. Em Washington, a Casa Branca declarou que o presidente Donald Trump foi informado imediatamente e planeja conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi sobre o incidente.
“Foi um ataque terrorista brutal”, afirmou o porta-voz da Casa Branca.
Trump chamou o atentado de “profundamente perturbador” em uma postagem nas redes sociais.
Contexto e Tensões na Região
A região de Jammu e Caxemira é alvo de disputas históricas entre Índia e Paquistão, além de ser palco de movimentos separatistas e milícias islâmicas que atuam contra o domínio indiano. Nos últimos anos, o governo de Nova Délhi tem incentivado o turismo e o investimento na região, o que alguns grupos radicais veem como uma tentativa de colonização interna.
A escalada do conflito pode comprometer os esforços de pacificação e reconstrução econômica promovidos pelo governo indiano. O turismo, principal fonte de renda da região, também deverá sofrer forte retração nos próximos meses.