O dólar à vista teve uma leve queda e voltou a fechar abaixo da marca dos R$ 5,00 em mais um pregão.
O dólar à vista teve uma leve queda e voltou a fechar abaixo da marca dos R$ 5,00 em mais um pregão marcado por oscilações contidas. A moeda norte-americana encerrou a sessão desta quinta-feira, 26 de outubro, cotada a R$ 4,9902, registrando um recuo de 0,23%. Esta movimentação ocorreu em meio à aceleração dos ganhos do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira.
O mercado de câmbio observou um dia de troca de sinais, com o dólar variando pouco mais de três centavos entre a mínima (R$ 4,9891) e a máxima (R$ 5,0195). Na semana, a moeda acumulou uma desvalorização de 0,82%. Esse cenário, apesar do avanço acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) americano no terceiro trimestre, foi influenciado pelas taxas dos Treasuries que recuaram devido a sinais de desaceleração inflacionária, abrindo espaço para a apreciação da maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities.
Entre as commodities, as cotações do petróleo registraram uma queda de mais de 2%, com o contrato do Brent para janeiro novamente abaixo de US$ 90. Os investidores estão monitorando o desenrolar do conflito no Oriente Médio, onde tropas israelenses promoveram uma breve incursão terrestre na Faixa de Gaza na quarta à noite, enquanto se preparam para uma invasão terrestre.
No cenário doméstico, apesar da leitura benigna do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de outubro e da aprovação do projeto de lei de taxação de fundos exclusivos e offshore na Câmara dos Deputados na quarta à noite, a moeda brasileira não conseguiu ganhar impulso extra.
Os especialistas apontam que o mercado de câmbio permaneceu lateralizado devido à falta de alterações significativas nos dados divulgados, que não afetaram as expectativas para a política monetária no Brasil e no exterior. Na próxima semana, haverá uma “super quarta”, com decisões de política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco Central brasileiro. A aposta quase unânime dos investidores é que o Fed manterá a taxa básica americana inalterada, mas mencionará a possibilidade de uma nova alta. Enquanto isso, o Banco Central do Brasil deve reduzir a Selic em mais 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Os dados econômicos dos EUA revelaram um crescimento anualizado de 4,9% no terceiro trimestre, acima das projeções. No entanto, analistas destacam que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) desacelerou, sinalizando uma perda de força na inflação. No âmbito doméstico, o IPCA-15 desacelerou em outubro, em linha com as expectativas.
O mercado também observou o fluxo cambial, que na semana passada foi negativo em US$ 703 milhões, mas no acumulado do mês permaneceu positivo em US$ 3,375 bilhões. O movimento de internalização de recursos por grandes players brasileiros nos últimos dias parece ter se esgotado, contribuindo para a lateralização do dólar.
Luis Guilherme, head de câmbio da Nova Futura, destacou que o real pode ficar menos atrativo devido à redução do diferencial entre os juros internos e externos, com expectativas de que as taxas nos EUA voltem a subir, enquanto no Brasil há previsão de mais um corte na Selic. Isso poderia levar o dólar a se fortalecer no futuro.
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