Primeira indicada de Biden à Suprema Corte dos Estados Unidos, a juíza Ketanji Brown Jackson passa hoje pelo segundo dia de sabatina diante do Congresso norte-americano. Em seu discurso de abertura, a candidata, que pode ser a primeira mulher negra a integrar a mais alta corte judiciária do país, destacou a importância do apoio familiar, da maternidade e dos mentores com os quais pôde contar ao longo de sua carreira e juventude.
Logo no começo de sua fala, Jackson narrou a história dos pais, casados há 54 anos. Ainda na infância, ela se mudou com a família para que o pai pudesse estudar Direito na Universidade de Miami. Foi inspirada por ele que começou a se interessar pela área. “Minhas lembranças mais antigas são de ver meu pai estudar — ele tinha sua pilha de livros de Direito na mesa da cozinha enquanto eu me sentava em frente a ele com minha pilha de livros para colorir”, conta.
Jackson usou as palavras “amor incondicional” para descrever o apoio que o marido – que conheceu na faculdade de Direito – vem dedicando a ela e à família ao longo de 25 anos. “Não tenho dúvidas de que, sem ele ao meu lado desde o início desta jornada profissional, nada disso teria sido possível. Nós nos conhecemos na faculdade há mais de três décadas e, desde então, ele tem sido o melhor marido, pai e amigo que eu poderia imaginar”, disse a juíza.
Ketanji reservou ainda um momento para agradecer às filhas, Talia e Leila. Ela pontuou que é desafiador lidar com os malabarismos entre carreira e maternidade, e admitiu que nem sempre conseguiu alcançar o equilíbrio exato entre as duas áreas. “Mas eu espero que vocês tenham visto que, com trabalho duro, determinação e amor, isto pode ser feito. Mal posso esperar para ver o que cada uma de vocês vai escolher fazer com suas vidas maravilhosas neste país incrível”, acrescentou.
A importância dos mentores
A juíza lembrou da importância de seus mentores, ainda enquanto era estudante. Ketanji citou sua antiga treinadora de debate escolar, Fran Berger, já falecida. “Ela investiu completamente em mim, e chegou a me levar a Harvard em uma competição de debates. Esta é a primeira vez que eu penso realmente sobre isso”, relatou Ketanji. “A senhora Berger acreditou em mim, e, em troca, eu acreditei em mim mesma”, disse.
Ainda lembrando de seus mentores, Jackson trouxe os nomes de três juristas com os quais trabalhou e que considera seus modelos profissionais: a juíza distrital dos EUA, Patti Saris; o Juiz do Tribunal de Apelações dos EUA, Bruce Selya, e o juiz da Suprema Corte, Stephen Breyer.
“O juiz Breyer não apenas me deu o melhor trabalho que qualquer jovem advogado poderia ter, mas também memostrou o que significa ser um juiz da Suprema Corte do mais alto nível de habilidade e integridade, civilidade e cortesia. É extremamente honroso ser considerada para o cargo do juiz Breyer, e eu sei que nunca poderei substituí-lo. Mas, se confirmada, espero manter seu espírito”.
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FONTE: epocanegocios