Desde o primeiro anúncio de TV, Donald Trump atacou Kamala Harris focando na imigração, que sua campanha vê como a maior fraqueza dela. “Esta é a czarina da fronteira dos EUA”, diz o narrador, enquanto imagens da vice-presidente dançando aparecem na tela. Ele afirma: “Ela falhou conosco.”
Atribuições e Estatísticas
O vídeo apresenta uma série de estatísticas que a campanha de Trump alega serem resultados da supervisão de Harris. Ela foi encarregada de lidar com a crise na fronteira pelo presidente Joe Biden logo após sua posse. Os números incluem 10 milhões de cruzamentos ilegais na fronteira e 250 mil mortes relacionadas a overdoses de fentanil.
Respostas e Críticas
A campanha de Harris rebateu, chamando as alegações de “mentiras características” de Trump. A campanha de Trump, no entanto, continua atacando Harris, culpando-a pelo alto número de imigrantes indocumentados na fronteira sul dos EUA. Pesquisas mostram que a imigração é um dos principais problemas enfrentados pelos americanos, influenciando os eleitores nas eleições presidenciais de novembro.
A Questão do “Czar da Fronteira”
Trump e seu parceiro de chapa, JD Vance, repetidamente rotulam Harris como a “czarina da fronteira que falhou”. No entanto, aliados de Harris e ex-funcionários afirmam que ela nunca foi responsável pela vigilância direta da fronteira. Ricardo Zuniga, ex-Subsecretário Adjunto de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, afirma: “Ela sabia desde o início, assim como todo o governo dos EUA, que o foco era lidar com a migração em sua origem.”
A Missão de Harris
No início de 2021, Biden atribuiu a Harris a tarefa de lidar com as “causas raiz” da imigração na América Central. Na época, pessoas fugiam de violência de gangues, ruína econômica e desastres ambientais no Triângulo do Norte – Guatemala, Honduras e El Salvador. Biden, ao nomeá-la, jamais usou as palavras “czarina da fronteira”. No entanto, a mídia e o público passaram a vê-la como tal.
Desafios e Resultados
Resolver décadas de subinvestimento e a crise econômica e política da região exigiria grandes quantias de dinheiro, boa vontade e cooperação bipartidária, algo escasso em Washington. Apesar das críticas, Harris ajudou a arrecadar 5 bilhões de dólares do setor privado para criação de empregos e empreendedorismo na região. Durante sua visita à Guatemala e ao México em junho de 2021, Harris tentou mostrar um lado mais gentil, diferentemente da retórica dura de Trump.
Impacto e Perspectivas
Dois anos após a advertência de Harris para que migrantes não viessem aos EUA, milhões ignoraram seu aviso. Em dezembro de 2023, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) registrou 300 mil encontros com imigrantes indocumentados na fronteira sul. Muitos que governaram na fronteira, como Douglas Nicholls, prefeito de Yuma, Arizona, criticam Harris, afirmando que sua atuação diplomática foi ineficaz.
Desafios e a Defesa de Harris
Outros argumentam que os fundos que Harris ajudou a arrecadar tiveram pouco impacto. Comparados aos 37 bilhões de dólares enviados em remessas por migrantes centro-americanos, os valores arrecadados são considerados insuficientes. Katie Tobin, que trabalhou com imigração na Casa Branca, defende que o trabalho de Harris foi distorcido e pintado de forma negativa.
Conclusão
Recentemente, o número total de migrantes indocumentados diminuiu. Isso se deve, em parte, a uma ordem executiva de Biden que permite a deportação de migrantes ilegais sem processamento de seus pedidos de asilo. Harris defende seu histórico apontando a resistência de Trump em obter um acordo bipartidário sobre a reforma da imigração. No entanto, Trump bloqueou o acordo por razões políticas.
A campanha de Harris agora responde aos ataques de Trump com anúncios focando seu trabalho anterior como Procuradora-Geral da Califórnia e seu compromisso em combater o fentanil e o tráfico humano. Resta saber se essa postura será suficiente para que ela se desvencilhe do rótulo de “czarina da fronteira que falhou”, especialmente com os republicanos reforçando essa imagem até o dia da eleição.
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