Documentos judiciais alegam que Ching Ma e um parente conspiraram com espiões chineses para compartilhar informações confidenciais de defesa dos EUA durante uma década.
Um ex-funcionário da Agência Central de Inteligência (CIA) foi preso e acusado de espionar para a China em um esquema que envolvia um parente que também trabalhava para a CIA, disse o Departamento de Justiça dos Estados Unidos na segunda-feira (17).
A agência disse em um comunicado que Alexander Yuk Ching Ma (67) foi preso na sexta-feira (14) sob a acusação de conspirar com um familiar, de 85 anos, também ex-funcionário da CIA, para comunicar informações confidenciais aos funcionários da inteligência chinesa.
A queixa criminal foi aberta na segunda-feira.
Cidadão americano naturalizado, Ma começou a trabalhar para a CIA em 1982, tendo um certificado de segurança Top Secret, de acordo com os investigadores. Os promotores disseram que Ma deixou a CIA em 1989 e morou e trabalhou em Xangai, na China, antes de chegar ao Havaí em 2001.
Documentos judiciais alegam que Ma e seu parente conspiraram com espiões chineses para compartilhar informações confidenciais de defesa dos Estados Unidos durante uma década.
Os promotores disseram que o esquema começou com três dias de reuniões em Hong Kong em março de 2001, durante as quais os dois ex-oficiais da CIA forneceram informações ao serviço de inteligência estrangeira sobre funcionários da agência, operações e métodos de ocultação de comunicações.
Os promotores disseram que parte da reunião foi gravada em vídeo, incluindo uma parte em que Ma pode ser visto contando US $ 50.000 em dinheiro que recebeu pelas informações passadas.
Documentos judiciais dizem que depois que Ma se mudou para o Havaí, ele procurou emprego no FBI para recuperar o acesso aos segredos do governo dos Estados Unidos, que ele poderia então entregar a espiões chineses.
O escritório do FBI em Honolulu, no Havaí, contratou Ma como linguista em 2004. Os investigadores disseram que nos seis anos seguintes, ele regularmente copiou, fotografou e roubou documentos oficiais, incluindo alguns marcados como “Secretos”, e levou alguns deles com ele em viagens frequentes para China.
Os registros do tribunal federal em Honolulu, na segunda-feira, não listavam um advogado de defesa para Ma.
Nos últimos três anos, o Departamento de Justiça dos EUA abriu pelo menos três outros casos contra ex-funcionários da CIA, acusados de vender segredos aos chineses.
“O rastro da espionagem chinesa é longo e, infelizmente, repleto de ex-oficiais da inteligência americana que traíram seus colegas, seu país e os valores democráticos liberais para apoiar um regime comunista autoritário”, disse o procurador-geral adjunto de Segurança Nacional, John C. Demers.
“Esta traição nunca vale a pena. Seja imediatamente ou muitos anos depois, eles [os funcionários que revelam segredos de justiça] pensam que escaparam impunes, mas nós encontramos esses traidores e levamo-los à justiça. Para os serviços de inteligência chineses, estes indivíduos são dispensáveis. Para nós, são um lembrete triste, mas urgente, da necessidade de permanecermos vigilantes”, disse Demers.
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