Operação Dia Zero revela uso de ONGs e empresas privadas para desviar recursos da saúde; R$ 100 milhões foram bloqueados
Uma organização criminosa responsável por fraudes milionárias em contratos da área da saúde pública em Salvador foi alvo da Operação Dia Zero, deflagrada nesta quinta-feira (12) pela Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo as investigações, o esquema contava com a colaboração de servidores da Prefeitura Municipal de Salvador, especialmente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e envolvia contratos fraudulentos com entidades sem fins lucrativos e empresas privadas.
Modus operandi: contratações simuladas e lavagem de dinheiro
De acordo com a CGU, a organização era composta por uma rede de ONGs e empresas privadas que simulavam prestação de serviços e repassavam parte dos recursos a empresas ligadas a agentes públicos e servidores.
A empresa contratada para fornecer tecnologia da informação na área da saúde pela Prefeitura de Salvador estava sendo monitorada devido ao crescimento atípico no faturamento. Investigações apontam que o processo licitatório (pregão) pode ter sido direcionado para beneficiar a empresa vencedora, o que levanta suspeitas de fraude na concorrência pública.
“As entidades simulavam despesas para justificar repasses que, na verdade, tinham como destino final empresas de fachada ou ligadas aos próprios envolvidos”, apontou a CGU.
Locais de busca e valores bloqueados
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em Salvador, nos bairros do Horto Florestal, Comércio e na Avenida Magalhães Neto, além de imóveis em Mata de São João, Itapetinga (interior da Bahia) e Maceió, capital de Alagoas.
A operação também resultou em:
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Bloqueio de até R$ 100 milhões em bens e contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas;
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Afastamento de servidores públicos de seus cargos por decisão judicial;
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Coleta de documentos na sede da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), onde há suspeita de conivência institucional no esquema.
130 agentes mobilizados e investigações em andamento
A ação contou com a participação de 130 policiais federais e 18 auditores da CGU. Apesar do impacto da operação, os nomes dos investigados não foram divulgados até o momento. As investigações continuam e podem resultar em novas fases ou prisões preventivas.
Contexto estadual: esquema se repetia em outras cidades
A CGU também identificou que a mesma organização mantinha contratos com outras prefeituras baianas, indicando que o esquema de corrupção era estruturado para se replicar em diferentes municípios, ampliando o alcance dos desvios.
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