Hong Kong (CNN) As questões em torno das origens do novo coronavírus provocaram uma guerra de palavras entre Washington e Pequim – e ameaçam piorar as relações já tensas.
Nos últimos dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário de Estado Mike Pompeo dobraram a afirmação de que o vírus se originou de um laboratório na cidade central de Wuhan, na China, onde o surto foi detectado pela primeira vez em dezembro passado.
A alegação atraiu surpreendentemente uma refutação feroz do governo chinês, que na quarta-feira descreveu a acusação como “mancha” destinada a aumentar as chances de reeleição de Trump. Mas a inteligência compartilhada entre a rede Five Eyes – uma aliança entre os Estados Unidos e quatro aliados anglófonos, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá – também parece contradizer a afirmação do governo Trump.
Aqui está o que sabemos – e o que não sabemos – sobre as reivindicações e o laboratório no centro da controvérsia.
Como a China reagiu?
Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da China chamou as acusações de estratégia política para “manchar a China” dos republicanos antes das eleições de 2020.
“As estratégias republicanas dos EUA expostas recentemente mostram que são encorajadas a atacar a China sob o pretexto do vírus”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying, acrescentando que a China estava “farta de tais truques”.
“Pedimos aos EUA que parem de espalhar desinformação ou enganem a comunidade internacional. Ela deve lidar com seus próprios problemas e lidar com a pandemia em casa”, disse ela.
Hua também destacou o fato de Pompeo não fornecer nenhuma evidência concreta para fundamentar a alegação.
“Pompeo não pode apresentar nenhuma evidência porque ele não tem nenhuma, esse assunto deve ser tratado por cientistas e não por políticos fora de suas necessidades políticas domésticas”, disse ela.
A mídia controlada pelo governo da China também recuou nas acusações, acusando os EUA de mudar a culpa e de lançar uma enxurrada de ataques pessoais a Pompeo. A emissora estatal CCTV o chamou de “mal” e “louco”, enquanto a agência de notícias estatal Xinhua o chamou de “mentiroso”.
O Global Times, tabloide nacionalista apoiado pelo Partido Comunista, disse que o principal diplomata dos EUA “perdeu sua bússola moral”.
Pequim enfatizou repetidamente que até o momento não há nenhuma conclusão sobre as origens do coronavírus, dizendo que o assunto deve ser deixado para cientistas e médicos especialistas estudarem.
Ele se irritou com os pedidos de uma investigação internacional independente sobre as origens do vírus e a administração inicial do surto na China, pintando-os como manobras políticas destinadas a difamar o país.
O governo chinês enfrentou críticas em casa e no exterior pelo manuseio do vírus, especialmente nos primeiros dias do surto. Foi acusado de silenciar denunciantes e de atrasar a informação do público sobre a gravidade da crise. Mas negou repetidamente qualquer irregularidade, deixando de lado as acusações de encobrimento deliberado nos estágios iniciais críticos.
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