Impactos da Guerra da Ucrânia e sanções ocidentais remodelam o mercado de armamentos, com França emergindo como novo protagonista.
A dinâmica global do comércio de armamentos está passando por uma transformação significativa, com a Rússia perdendo terreno rapidamente e os Estados Unidos consolidando ainda mais sua posição dominante. A França, por sua vez, emerge como um novo poder no setor, beneficiando-se das mudanças geopolíticas recentes, incluindo a Guerra da Ucrânia, o crescimento da China, e instabilidades no Oriente Médio.
Conforme o último relatório do Instituto para Estudos da Paz de Estocolmo (Sipri), a Rússia viu sua participação no mercado global de armas cair pela metade, descendo para a terceira posição entre os maiores exportadores. Essa retração, a maior registrada desde 1950, evidencia os efeitos combinados das sanções ocidentais e das exigências impostas pela guerra em território ucraniano.
Especialistas destacam que, apesar das adversidades, a Rússia conseguiu manter um nível surpreendentemente alto de vendas, graças ao foco em clientes-chave como Índia, China e Egito. Entretanto, o espaço deixado pela Rússia no mercado foi rapidamente ocupado pela França, que viu sua participação crescer 47%, impulsionada por contratos de alto valor, especialmente com o avião de combate Rafale.
Os Estados Unidos, por outro lado, ampliaram sua liderança, alcançando 42% das vendas globais de armamentos. A estratégia americana tem se beneficiado do aumento da demanda por equipamentos militares, em parte devido às tensões geopolíticas atuais.
A Índia emergiu como o principal comprador de armas, reflexo de sua posição estratégica entre as grandes potências e a rivalidade com a China. O país diversifica seus fornecedores, mas ainda mantém uma relação significativa com a Rússia, mesmo com a redução desta parceria para abaixo de 50% do total de suas aquisições militares.
O mercado global de armas está se adaptando às novas realidades geopolíticas e econômicas. A queda da Rússia como um dos principais exportadores reflete o impacto das sanções internacionais e as complicações trazidas pela guerra. Enquanto isso, a ascensão da França e a continuidade da hegemonia americana redefinem o equilíbrio de poder no setor de defesa. O cenário atual sugere que as dinâmicas de segurança global continuarão a evoluir, com implicações significativas para a política internacional e a estabilidade regional.