Uma passada rápida pelos canais de televisão e uma análise elementar nas notícias da ‘grande mídia’ são suficientes para você perceber algo estranho.
A CNN, Globo News e demais veículos da grande imprensa no meio digital estão estampando em suas manchetes violentas manifestações de torcidas organizadas como atos “pró-democráticos” e contra o “fascismo”, mais uma vez evidenciando o perverso duplo padrão moral midiático e a unilateralidade na abordagem da grande mídia sobre as manifestações em curso no Brasil.
De um lado temos cidadãos brasileiros que resolvem se manifestar contra os últimos desmandos e arbitrariedades do STF contra os anseios populares e a favor de um governo legítimo e eleito democraticamente. Do outro, temos um movimento encabeçado pelos articuladores progressistas em que instrumentalizam o que consideram como “lumpemproletariado”, manipulando torcidas organizadas – que basicamente vivem de violência por causa de futebol – para promover um ato supostamente a favor da democracia e contra o “fascismo”, caracterizando-se com a mesma estética do movimento ANTIFA, organização essa na iminência de ser considerada como terrorista pelo governo norte-americano após inúmeros protestos violentos, arbitrários e truculentos envolvendo depredação de patrimônio público e privado e transgressão de integridade física dos seus opositores.
Atualmente tal movimento está ganhando força e expressão nos EUA como um protesto contra a suposta truculência seletiva da polícia norte-americana com viés étnico e racista. Com inspiração direta nessa organização considerada como terrorista, a esquerda agora instrumentaliza pessoas com histórico de violência para protestar contra algo que sequer sabem o que significa, o temido algoz abstrato chamado de “fascismo”.
Obviamente, como eu já havia falando em meu artigo anteriormente, nenhuma dessas pessoas sabem do que se trata o fascismo e muito menos democracia. Eles atuam apenas como uma forma de gerar intimidação e retaliação aos protestos já existentes, o que faz você observar a latente hipocrisia do discurso progressista pró-lockdown e isolamento radical. O que cargas d’água a esquerda faz promovendo ainda mais aglomeração se ao mesmo tempo tentam dissuadir quaisquer propostas ou alinhamentos contrários ao isolamento radical e lockdown? Parece que temos uma enorme elasticidade no discurso axiomático da esquerda que supostamente visaria colocar a proteção da vida acima de todas as outras coisas.
Também é evidente que muitos dos opositores sequer sabem o que significa a própria Democracia em si, pois tratam tal sistema como se fosse uma condição estática, estacionária e permanente. Como se a democracia não fosse uma condição submetida ao aprimoramento gradual temporal e não sofresse altos e baixos de acordo com a situação política e circunstancial do momento. É óbvio que eles não sabem do que estão falando, pois a democracia se trata de uma prática real, executada diariamente por seres humanos de carne e osso e cuja forma deve ser aprimorada temporalmente de acordo com a gradual experiência política e cotidiana. Democracia não é um status estático que se alcança mediante um pedaço de papel, e sim como um ideal que deve ser buscado com a prática cotidiana e o aprimoramento temporal mediante práticas políticas e ações humanas reais.
Toda essa verborragia sobre “instituições democráticas” nada mais é que um processo histérico onde o repetidor dos jargões incorpora uma abstração que só existe em sua cabeça, levando como verdade absoluta uma afirmação completamente apartada da realidade concreta. A grande mídia não sabe nada sobre isso, o estudante de humanas também não e nem seu professor de ciências humanas de universidade pública.
Diante disso, vemos então o tratamento desonesto da mídia sobre ambas manifestações. Meia dúzia de gatos pingados levantando um cartaz pedindo intervenção militar é fator suficiente para a mídia cometer a falácia da generalização da exceção, inflando as intenções minoritárias como se fossem representações majoritárias de uma manifestação completamente pacífica e com quase nenhum desentendimento com a polícia.
Enquanto isso, dezenas de torcedores truculentos, com histórico de violência e envolvimento com facções criminosas são alçados à condição de heróis da liberdade e da democracia em atos intitulados como “pró-democráticos” por essa mesma mídia, mesmo que testemunhem diante de seus olhos ações concretas de violência, depredação e truculência, com dissuasão policial para conter os ânimos arbitrários.
Segundo a grande mídia, a senhora de idade que está de saco cheio do PT, que não aguenta mais essa desonestidade da grande mídia e que apoia a plataforma do governo é uma ameaça iminente e virulenta à democracia, enquanto que várias pessoas provenientes de torcidas organizadas que se envolvem com violência são o símbolo máximo da luta pela democracia. Dois pesos, duas medidas. Fica cada vez mais claro a parcialidade ideológica da grande mídia. Eles não estão a favor do Brasil.
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