O Banco do Brasil está sendo obrigado pela Justiça a pagar uma indenização total de R$ 11,3 mil a uma idosa, vítima de um golpe em que criminosos se passaram por funcionários da empresa.
Na ação, um suposto motoboy do banco iria buscar o cartão de crédito da mulher em sua residência. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) há quase um ano.
Em primeira instância, o juiz que analisou o caso negou o pedido de compensação, mas a sentença foi revertida.
funcionário do BB. O homem apresentou dados bancários da usuária, incluindo número da conta corrente, telefone, cartão e agência.
Em seguida, o criminoso indicou à mulher o número de um protocolo de compras que não foram realizadas por ela.
O golpista então instruiu a vítima a cortar seu cartão no meio, colocá-lo em um envelope e aguardar um motoboy que buscaria o produto.
Juiz reverte sentença e culpa BB por “falta de cautela”
Pelo golpe, a idosa entrou na Justiça por alegar que houve irregularidade no atendimento do Banco do Brasil. No entanto, o juiz Moacir Antonio Dala Costa decidiu em 1ª instância que não houve falha por parte do BB. Portanto, a empresa não deveria pagar uma indenização à vítima.
A cliente entrou com um recurso, acolhido pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Paraná, que reverteu a sentença e condenou o banco a pagar uma compensação de R$ 5,3 mil em danos materiais, além de R$ 6 mil em danos morais.
Para o juiz Leo Henrique Furtado Araújo, o acesso prévio dos criminosos aos dados bancários da vítima comprovou que houve “falta de cautela” do BB. Como a cliente tem acima de 60 anos, o banco deveria ter tido “cuidados redobrados” com as informações dela.
O magistrado destacou que, caso não houvesse o vazamento de dados da cliente, os golpistas não teriam cometido fraude em nome de um terceiro, burlando o sistema de segurança do Banco do Brasil.
Golpe do motoboy funciona a partir de engenharia social
O golpe do motoboy não é uma invenção recente no Brasil: pelo menos desde agosto de 2021, autoridades alertam contra esse tipo de estelionato, que funciona a partir de engenharia social.
O Procon-MG já emitiu um alerta sobre esse tipo de fraude. Os bancos não costumam enviar motoboys para pegar cartões, avalia Marcelo Barbosa, coordenador do órgão pró-consumidor na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais).
FONTE: tecnoblog
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