Com o reajuste de 5,9% no preço do gás de cozinha, conforme anunciado pela Petrobras, o produto poderá ser encontrado por até R$ 110 nas distribuidoras de Salvador. Isso é, pelo menos, o que alertou Robério Souza, diretor do Sindicato Dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (SinRevGás).
“Muito provavelmente, em alguns polos, o consumidor encontrará por até R$ 110 reais. Nos locais mais caros é esse teto”, disse.
Segundo Robério, a categoria está assustada com esses aumentos, que prejudicam todo o setor. “Esse já é o sexto reajuste na Bahia. A rede distribuidora assumiu alguns custos e não repassou para o consumidor, mas isso já está prejudicando o funcionamento de algumas empresas. Em nossas reuniões, podemos observar a fragilidade do segmento frente a essa realidade”, lamenta.
Na Santos e Vieira Distribuidora de Gás, localizada em Dom Avelar, a empresária Gisele Vieira diz que nem sabe como está conseguindo trabalhar por causa do preço alto dos produtos. “Nós estamos ficando num sufoco muito grande. Nossa revenda fica na periferia. A renda do pessoal vem pelo mercado informal e o povo tá sem dinheiro para comprar gás. A gente não pode repassar todo reajuste, senão eles não conseguem pagar. E a gente sofre com isso”, reclama.
Nesta segunda-feira (14), o preço do GLP no estabelecimento ainda estava por R$ 78 na portaria, R$ 83 para entrega à vista e R$ 88 para entrega no cartão. Segundo a empresária, o custo que ela tem para comprar o gás de cozinha era de R$ 68 e agora vai saltar para R$ 72.
Por causa da alta dos preços, a distribuidora teve que demitir um funcionário na semana passada, que atuava como motoboy. Hoje, toda a família de Gisele contribui com a empresa, para ela não fechar as portas. O marido Alexandre, por exemplo, passou a trabalhar como entregador. “É uma renda da família, mas hoje o que sustenta minha casa é a minha aposentadoria, pois pela revenda não estamos conseguimos mais tirar dinheiro”, conta.
“É toda uma cadeia que fica prejudicada, pois quanto mais alto o preço, cai a procura. O consumidor doméstico fica afetado, mas também aquele que usa o gás para trabalhar, fazer uma comida, vender. Tem muita gente que vende acarajé, doce e marmita que está deixando o ramo por causa do preço do gás”, conta Robério.
Confira a lista de aumentos do gá de cozinha em em 2021, segundo o SinRevGás:
- Janeiro – Reajuste de 6,0% pela Petrobras
- Março – Reajuste de 5,0% pela Petrobras
- Março – Reajuste de R$1,49 pelo Governo do Estado
- Março – Reajuste de aproximadamente R$ 3,00 pelas distribuidoras
- Abril – Reajuste de 5,2% pela Petrobras
- Junho – Reajuste de 5,9% pela Petrobras
Na distribuidora Roberto Gás, no Cabula, já não havia gás disponível por causa do aumento da procura pelo produto no valor não reajustado. “Estamos vendo se chega hoje. O valor deve subir na hora”, disse o atendente, que não quis ser identificado.
Fonte: Correio
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