Renato e Aline Openkoski, que arrecadaram mais de R$3 milhões para tratar a doença do filho em 2017, foram presos pela Polícia Civil de Santa Catarina nesta quarta-feira (22).
Conforme informações do UOL, o casal estava foragido desde 2022. Após o falecimento do filho Jonatas, eles receberam condenações por estelionato e apropriação de bens. As penas somadas de Aline e Renato totalizam 70 anos de prisão em regime fechado.
A polícia afirmou em nota que, após um exaustivo trabalho de inteligência e investigação, encontrou o casal em Morro do Meio, Joinville. Em seguida, as autoridades os encaminharam ao sistema prisional de SC.
Relembre o Caso
O caso teve início em 2017, quando Renato e Aline lançaram a campanha “AME Jonatas” para arrecadar fundos para o tratamento do filho Jonatas, que sofria de Atrofia Muscular Espinhal (AME). Eles arrecadaram valores para comprar o medicamento Spinraza, cujo custo por dose era de R$ 367 mil. Após as primeiras doses, surgiram suspeitas sobre a conduta dos pais.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) acusou o casal de usar as doações para financiar uma vida de luxo. Entre as provas apresentadas, estavam registros de uma viagem a Fernando de Noronha durante o Réveillon de 2017.
Na época, o casal negou qualquer irregularidade. Contudo, em janeiro de 2018, a polícia iniciou uma investigação. Três meses depois, a Justiça bloqueou os R$ 3 milhões arrecadados pela campanha.
Detalhes da Investigação
Durante as investigações, a polícia apreendeu um veículo no valor de R$ 140 mil, em nome de Aline e Renato. Mais de 20 testemunhas prestaram depoimento, detalhando os gastos do casal.
A Justiça passou a liberar o dinheiro mediante comprovantes de despesas específicas para o tratamento de Jonatas. No entanto, a delegada Georgia Marrianny Gonçalves Bastos explicou que o casal utilizava os fundos para despesas pessoais e luxos. Eles frequentavam baladas, restaurantes caros e chegaram a comprar uma loja de roupas.
Durante um mandado de busca e apreensão na residência da família, a polícia encontrou produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo. Renato e Aline receberam indiciamentos por estelionato e apropriação indébita, e o relatório final foi entregue ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.
Condenação e Prisão
O processo culminou em 2022, quando o juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, da 4ª Vara Criminal de Joinville, condenou Renato e Aline. Além das penas de prisão, o casal foi condenado a pagar uma indenização de R$ 178.176,25 para vítimas do estelionato e uma entidade social de cuidados a crianças com AME.
Após a condenação, o casal fugiu de Balneário Camboriú (SC) e permaneceu foragido até ontem (22). Após a prisão, o advogado do casal, Emanuel Stopassola, declarou que irá garantir o devido processo legal e a ampla defesa.
Esta prisão encerra um caso que mobilizou a sociedade e levantou importantes questões sobre a transparência e a ética em campanhas de arrecadação de fundos.
