PRF:
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira em uma operação para esclarecer suposta interferência da PRF no segundo turno das eleições de 2022, confirmou a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
“A prisão hoje do Silvinei é a constatação real de que a CPMI está adotando uma linha de investigação correta em consonância com fatos, e não com narrativas”, disse a senadora a repórteres, em Brasília.
A relatora afirmou que os membros da CPMI ainda não tiveram acesso ao inquérito da PF, mas que a prisão de Silvinei confirma que seu depoimento à comissão em 20 de junho foi cercado de inverdades sobre a atuação da PRF no segundo turno da eleição.
Ela disse que pretende apresentar um requerimento com o pedido da reconvocação do ex-diretor da PRF para depor novamente à CPMI.
“Quando Silvinei esteve aqui na comissão, ele mentiu de uma forma escancarada, em várias linhas”, afirmou.
Mais cedo, uma fonte ligada à operação da PF havia informado à Reuters sobre a prisão preventiva, que ocorreu em Florianópolis (SC).
“Ele foi detido e será ainda hoje levado em avião da PF para Brasília”, disse a fonte.
A PF informou em nota, sem citar os alvos da operação, que dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, estavam sendo cumpridos em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
No segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, a PRF, então comandada por Vasques, realizou operações e blitz em estradas do Nordeste, retardando a chegada de eleitores aos locais de votação.
Isso chamou a atenção e levantou suspeita de tentativa de interferência no pleito. “Ficou muito claro isso. Não havia razão ou motivo“, acrescentou a fonte.
O Tribunal Superior Eleitoral precisou determinar o fim das operações nas estradas para não atrapalhar as eleições.
De acordo com a PF, “os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”.
A ação desta quarta-feira foi batizada de “Operação Constituição Cidadã”, em referência, segundo a PF, à “Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia”.
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