Doze pessoas, incluindo dois ex-funcionários da Record TV Itapoan, foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por supostamente liderarem um esquema de fraude conhecido como “golpe do Pix”.
Segundo as investigações, os acusados, liderados pelos jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, desviaram mais de meio milhão de reais em doações arrecadadas durante um programa de televisão.
O esquema teria funcionado por cerca de um ano e meio, entre 2022 e 2023, e envolvia a divulgação de uma chave Pix que, em vez de pertencer às pessoas que solicitavam ajuda no programa, estava ligada aos integrantes do grupo criminoso. Em um dos casos investigados, mais de 60 mil reais foram arrecadados, mas apenas 6 mil reais foram repassados à vítima real.
A Polícia Civil revelou que o grupo se apropriava da maior parte dos valores arrecadados, repassando apenas uma pequena fração para as vítimas, enquanto o restante era dividido entre os integrantes do esquema. Em depoimento, um dos jornalistas afirmou que recebia pagamentos de pessoas que desejavam ter seus nomes mencionados no programa, mesmo que não tivessem feito doações.
A defesa dos jornalistas invocou segredo de justiça e ainda não se manifestou sobre as acusações. A Record TV Itapoan também não emitiu nenhum comunicado oficial sobre o caso.
Um exemplo disso, é que em dos casos exibidos no programa foram arrecadados R$ 64.127,44. Desse valor, os integrantes da associação criminosa se apropriaram de R$ 57.591,26 e repassaram apenas R$ 6.536,18 às vítimas.
Para ocultar a origem do dinheiro, eles realizaram diversas movimentações financeiras, o que também configura os crimes de lavagem e ocultação de valores.