Acusado é preso e diz que “perdeu a paciência”; crime ocorreu no setor Habitacional da comunidade Sol Nascente
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um homem investigado por matar com golpes de picareta o jovem homossexual Junio de Souza do Nascimento, de 24 anos. O crime ocorreu no setor Habitacional da comunidade Sol Nascente, no Distrito Federal, localizada a 34 quilômetros do centro de Brasília. Ao Terra, a polícia confirmou nesta quarta-feira, 7, que o corpo da vítima foi jogado dentro de uma cisterna. O caso foi registrado na 19ª Delegacia de Polícia como homicídio e ocultação de cadáver.
De acordo com a polícia, Junio foi morto no final da noite do último dia 31 de maio. O suspeito de cometer o assassinato é João Mendes Lima, que foi flagrado por câmeras de monitoramento conversando com a vítima momentos antes do crime.
Após análise das imagens e investigação da Polícia Civil, ele foi localizado na cidade de Formosa (GO), a quase 80 quilômetros de Brasília. O suspeito foi abordado pela polícia enquanto esperava atendimento em uma lotérica.
Antes de ser preso, João confessou ter cometido o crime ao irmão, segundo a polícia. Ele teria dito que precisava consertar o registro da cisterna da marmoraria onde trabalhava porque “havia matado um homem desconhecido”, diz a nota da Polícia Civil. Somente horas depois, após João insistir que precisava realizar o conserto, o irmão do suspeito foi até a cisterna e viu um par de tênis da vítima.
Versão do acusado
João afirmou à polícia que a vítima o encontrou na noite do crime, o abordou e teria abaixado a calça, mostrando as nádegas. Segundo a Polícia Civil, o autor disse que Junio “insistia em se relacionar com ele”, mas que o acusado não queria. João diz que “perdeu a paciência e pegou uma picareta” e golpeou Junio duas vezes na cabeça. Na sequência, jogou o corpo da vítima na cisterna.
O Terra teve acesso a um vídeo de uma câmera de monitoramento que mostra a dupla conversando antes do crime. Nas imagens, é possível ver o momento em que João atravessa a rua para conversar com Junio. Eles falam por alguns segundos e depois saem juntos.
“Muito querido”
Ex-marido de Junio, o consultor de tecnologia Carlos Antonio Lopes da Silva, de 28 anos, conta que a vítima era uma pessoa muito amável e sorridente.
“Muito querido e feliz. Falava com todo mundo do bairro. Saía falando com tudo mundo na rua. Nunca vi brigar com ninguém”, lembra. Carlos afirma que Junio era “brincalhão, cheio de vida”. Dezenas de conhecidos da vítima postaram mensagens nas redes sociais de Junio lamentando sua morte.