O documento “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo” coloca o Brasil em evidência devido a graves violações, incluindo o uso excessivo da força pela polícia.
A recente publicação do relatório “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo” pela Anistia Internacional tem trazido uma atenção renovada e crítica às práticas de direitos humanos no Brasil. O país foi destacado devido a uma série de preocupações graves, que vão desde desigualdade social e racismo até violência de gênero e abusos cometidos por agentes de segurança.
Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, destacou particularmente o uso descontrolado da força policial, notando uma preocupante falta de responsabilização por abusos. “As mortes resultantes de operações policiais, que somam 394 apenas entre julho e setembro de 2023 nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, são emblemáticas dessa brutalidade sem freios”, aponta Werneck.
Além das mortes, o relatório da Anistia também registra ocorrências de prisões arbitrárias, tortura e entradas ilegais em domicílios, ampliando o cenário de violência e medo. Esses incidentes têm efeitos colaterais severos na comunidade, incluindo a suspensão de serviços essenciais como educação e saúde devido aos frequentes tiroteios.
O relatório critica ainda a omissão de líderes políticos de diversas correntes ideológicas, que frequentemente ignoram esses abusos sob a justificativa de combate à criminalidade. Essa postura tem dificultado avanços significativos em políticas mais humanas e eficazes de segurança pública.
Um exemplo citado é a relutância inicial do Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em continuar o programa de câmeras corporais para policiais. Apesar da resistência, o governador acabou se comprometendo com o Supremo Tribunal Federal a prosseguir com a instalação desses dispositivos, uma medida vista como um passo importante para aumentar a transparência e reduzir a impunidade.
O relatório da Anistia Internacional serve como um lembrete sombrio e necessário de que medidas urgentes são necessárias para mudar a trajetória dos direitos humanos no Brasil, tirando o país da posição vexatória em que se encontra no cenário global de direitos humanos.