Na última semana, a morte de Welson Figueiredo Macedo, um trabalhador de 29 anos que prestava serviços para a Embasa, em Salvador, gerou comoção e revolta. Welson foi morto a tiros em confronto com a Polícia Militar no dia 9 de julho. Ele era operador de equipamento leve na empresa desde 2020. A tragédia tem mobilizado sindicatos e organizações trabalhistas que exigem justiça e uma investigação adequada sobre o caso.
Manifestações Sindicais
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), a Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Construção Civil e do Mobiliário nos Estados da Bahia e Sergipe (Fetracom-BASE), e a Federação Latino-Americana e Caribenha dos Trabalhadores da Construção, Madeira e Materiais de Construção (FLEMACON) emitiram notas de solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho de Welson. As entidades criticaram a forma como as autoridades policiais estão conduzindo as investigações e repudiaram a violência policial que culminou na morte do trabalhador.
Declarações dos Sindicatos
Os sindicatos ressaltaram que Welson é mais um jovem trabalhador negro morto em circunstâncias suspeitas envolvendo a polícia. “É mais um jovem trabalhador, negro e morador da periferia que, após ser morto pela polícia, está sendo tratado como bandido, acusado de suspeito de assalto, de portar arma e munição. Entra para as estatísticas que, segundo o Anuário de Segurança Pública, em 2022, a Bahia foi o estado brasileiro com maior índice de mortes por policiais”, destacou o comunicado.
Estatísticas Alarmantes
De acordo com o Anuário de Segurança Pública, em 2022, a Bahia registrou o maior índice de mortes causadas por policiais no Brasil, responsável por 22,77% da letalidade policial do país. Em 2023, esse número aumentou para um total de 1.701 mortes causadas por agentes policiais, 15% a mais que em 2022. No Brasil, 76,9% das vítimas de ações policiais são negras, 91,4% são homens e 50,2% têm entre 12 e 29 anos.
Cobrança de Providências
Os sindicatos exigem do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, uma resposta firme contra a prática policial que vitimiza inocentes e fabrica situações de confronto. “O governador Jerônimo Rodrigues precisa tomar uma atitude firme contra essa prática policial, que mata inocentes e depois fabrica uma situação de confronto, fazendo com que a dor da família seja dobrada”, afirmaram em nota. Eles clamam por uma investigação rigorosa e a punição dos responsáveis pela morte de Welson.
A morte de Welson Figueiredo Macedo é mais um triste exemplo da violência policial no Brasil, especialmente contra jovens negros. Os sindicatos estão mobilizados para buscar justiça e garantir que casos como esse sejam investigados e punidos adequadamente. A pressão sobre as autoridades para que tomem medidas firmes contra a violência policial continua, enquanto a família e a comunidade lamentam a perda de mais uma vida jovem e promissora.