Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador baiano Otto Alencar (PSD) afirmou neste domingo, 1°, que o presidente Jair Bolsonaro precisa ser responsabilizado pelo estímulo ao uso de medicamentos ineficazes no tratamento contra o novo coronavírus.
O combinado de drogas que foi endossado por Bolsonaro e aliados ficou conhecido como “kit Covid” e foi distribuído em diversos municípios do país. O Estadão divulgou um estudo da consultoria LLYC, que identificou que o presidente da República o principal propagador do kit nas redes sociais em 2020.
Foram rastreadas cerca de 20 milhões de menções à cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina no Twitter e 1,85 milhão de contas foram analisadas pela consultoria. Por meio de um algoritmo, definiram os perfis como favoráveis, contrários ou neutro em relação ao tratamento precoce. A conclusão é que entre março e abril, e também entre agosto e dezembro de 2020, Bolsonaro foi o grande influenciador.
Para Otto Alencar, médico de formação e que ganhou notoriedade em seu trabalho na Comissão por perguntas firmes a depoentes sobre questões técnicas relacionadas à doença, os dados obtidos pela LLYC podem servir como prova para enquadrar Bolsonaro por crime de infração da medida sanitária preventiva, tipificado no artigo 268 do Código Penal.
“O Bolsonaro foi convencido por daquele gabinete paralelo e outros conselheiros não médicos de que a hidroxicloroquina funcionava, o que é absurdo. Ele defendeu isso e não quis recuar disso. Até hoje seus seguidores radicais acreditam nisso. Todos os estudos foram feitos e a hidroxicloroquina não tem eficácia”, ressaltou.
Fonte: Bnews
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