A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto de 2024. Este índice representa o menor nível desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2012. Em comparação ao trimestre anterior, houve uma redução de 0,5 ponto percentual (p.p.), quando a taxa estava em 7,1%. Em relação ao mesmo período de 2023, a queda foi ainda maior, de 1,2 p.p., quando a taxa estava em 7,8%.
Queda no número de desocupados
A população desocupada, que totaliza 7,3 milhões de pessoas, registrou um recuo expressivo em ambas as comparações. Em relação ao trimestre anterior, a redução foi de 6,5%, o que representa menos 502 mil pessoas sem trabalho. Na comparação anual, a queda foi ainda mais significativa, de 13,4%, com 1,1 milhão de pessoas a menos na fila do desemprego. Este é o menor contingente de desocupados desde o trimestre finalizado em janeiro de 2015.
População ocupada alcança novo recorde
Por outro lado, a população ocupada no Brasil atingiu 102,5 milhões de pessoas, um novo recorde na série histórica. No trimestre encerrado em agosto, houve um crescimento de 1,2%, ou seja, 1,2 milhão de pessoas a mais no mercado de trabalho. Já na comparação anual, o aumento foi de 2,9%, com 2,9 milhões de pessoas a mais empregadas. Além disso, o nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar, subiu para 58,1%. Este valor foi maior tanto em relação ao trimestre anterior (57,6%) quanto ao mesmo período do ano passado (57,0%).
Queda da população fora da força de trabalho
A população fora da força de trabalho, que inclui pessoas que não estão buscando emprego, recuou para 66,5 milhões. Em comparação com o trimestre anterior, houve uma redução de 0,5% (menos 321 mil pessoas). Entretanto, no período de um ano, não houve variação significativa.
Desalento atinge menor número desde 2016
A população desalentada, que engloba pessoas que desistiram de procurar emprego, chegou a 3,1 milhões. Este é o menor número desde o trimestre encerrado em maio de 2016, quando havia 3,0 milhões de desalentados. Houve uma redução de 5,9% (menos 195 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. No ano, a queda foi de 12,4%, com 442 mil pessoas a menos nesse grupo.
Setor privado atinge novo recorde de empregados
O número de empregados no setor privado, que chegou a 52,9 milhões de pessoas, também foi recorde na série histórica. Houve um crescimento de 1,7% no trimestre (mais 882 mil pessoas) e de 4,9% no ano (mais 2,5 milhões de pessoas). O número de empregados com carteira assinada no setor privado (38,6 milhões) cresceu 0,8% no trimestre (mais 317 mil pessoas) e 3,8% no ano (mais 1,4 milhão de pessoas).
Além disso, o número de empregados sem carteira assinada, que chegou a 14,2 milhões, também bateu recorde. No trimestre, houve um aumento de 4,1% (mais 565 mil pessoas) e, no ano, o crescimento foi de 7,9% (mais 1 milhão de pessoas).
Estabilidade no rendimento médio
O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos permaneceu estável no trimestre, em R$ 3.228. No entanto, quando comparado ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento registrou um aumento de 5,1%. A massa de rendimento real habitual também apresentou crescimento, alcançando R$ 326,2 bilhões. Este valor representa um aumento de 1,7% no trimestre e 8,3% no ano.
Grupos de atividade em destaque
O comércio, a construção e a indústria foram os setores que mais se destacaram em termos de geração de empregos e aumento no rendimento. No comércio, por exemplo, houve um aumento de 1,9% no trimestre (mais 368 mil pessoas) e 2,6% no ano (mais 486 mil pessoas). Na indústria, o crescimento foi de 4,2% no ano, e na construção, 5,2%.
Com a melhora nos números do mercado de trabalho, o Brasil atingiu importantes marcos no combate ao desemprego. A taxa de desocupação de 6,6% é a mais baixa desde 2012, e o aumento na população ocupada reforça uma recuperação gradual da economia.
Mais em Portal Notícia Tem.