Debate na Comissão de Previdência e Família sobre projeto de lei que proíbe casamento civil entre LGBTs
Durante a sessão da Comissão de Previdência e Família nesta última terça-feira (19), o deputado federal Pastor Henrique Vieira, representante do PSOL, fez críticas contundentes aos parlamentares fundamentalistas presentes na reunião. O encontro teve como objetivo a votação de um projeto de lei que visa proibir o casamento civil entre pessoas LGBT no Brasil.
No seu pronunciamento, Henrique Vieira questionou o modelo bíblico de família citado pelos defensores do projeto, lançando luz sobre a complexidade e a diversidade das relações familiares na Bíblia. Ele questionou: “Estão se referindo ao modelo de Abrão, um marido, três esposas, mais concubinas? Ou estão se referindo ao modelo de família do rei Davi, um marido, oito esposas, mais vinte filhos? Ou o modelo de Salomão, um marido, 700 esposas, 300 concubinas? Nem do ponto de vista teológico bíblico faz sentido.”
O deputado argumentou que o uso seletivo de passagens bíblicas descontextualizadas para justificar a discriminação e o ódio não tem base teológica sólida. Ele enfatizou que, em nome do que está escrito, alguns parlamentares utilizam textos fora de contexto como pretexto para promover suas agendas pessoais e prejudicar a comunidade LGBT.
Após quatro horas de intensa discussão, as lideranças partidárias chegaram a um acordo para adiar a votação do projeto para a próxima quarta-feira (27). Além disso, ficou acordado que uma audiência pública será realizada na terça-feira (26) na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família para discutir a matéria.
Na audiência pública, está previsto que oito pessoas sejam ouvidas, sendo quatro a favor do projeto e quatro contrárias. Esse espaço de debate proporcionará a oportunidade de discutir amplamente as implicações da legislação proposta e ouvir diferentes perspectivas sobre o assunto.
O pronunciamento do deputado Pastor Henrique Vieira e o adiamento da votação demonstram a importância do debate público e da busca por soluções equitativas para as questões relacionadas aos direitos civis e à igualdade. A sociedade continua a acompanhar atentamente esse importante processo legislativo.