O presidente Lula comparou os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza a morte de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial
Mais de 40 deputados federais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejam apresentar um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT) em razão de declarações feitas por ele no domingo (18), nas quais comparou a guerra de Israel contra a Palestina ao Holocausto. Os parlamentares afirmam que a fala de Lula constitui um crime de responsabilidade, conforme previsto na legislação.
No manifesto elaborado pelos deputados, é citado um trecho da lei que trata dos crimes de responsabilidade, o qual estabelece como ilícito “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
O grupo de deputados argumenta que a declaração de Lula é “injustificável, leviana e absurda”, e a considera uma ofensa aos judeus e aos descendentes do Holocausto nazista, além de ser vista como uma contribuição para o crescimento do antissemitismo no Brasil.
Processo de impeachment
O impeachment é um processo conduzido pelo Congresso Nacional em que julga se uma pessoa com cargo público cometeu crime de responsabilidade.
Para ter andamento no Legislativo, o pedido de afastamento precisa ser aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, neste caso, Arthur Lira (PP-AL).
O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro e signatário do pedido de impeachment, rechaçou as declarações do presidente Lula sobre as ações de Israel contra a Faixa de Gaza.
“Com a declaração de hoje, e tantas outras no passado recente, Lula está fechando as portas do Brasil para uma potência militar e tecnológica que poderia beneficiar muito o nosso país através de parcerias e intercâmbios”, afirmou o político.