Analistas do UBS afirmaram em nota na terça-feira que a produção mundial de aço sofreu uma retração em agosto, com queda de 7% em relação ao ano anterior.
Essa queda foi particularmente intensa na China, onde a produção recuou 13% no mesmo período.
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A redução reflete uma tendência mais ampla de enfraquecimento da demanda no setor, o que levou os produtores de aço a interromper a produção com maior frequência devido às margens de lucro negativas.
Apesar da queda geral, a produção de aço fora da China registrou um aumento de 2% em comparação ao ano anterior. Em mercados importantes como a União Europeia, Reino Unido e América do Sul, houve um crescimento moderado na produção, mesmo em uma época do ano normalmente mais fraca.
Por outro lado, a América do Norte registrou uma queda na produção em comparação ao ano passado. O UBS estima que a taxa de utilização da capacidade global do setor de aço caiu 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior, atingindo cerca de 70% em agosto, em comparação a 75% em julho.
Em relação aos preços, o mercado de aço apresenta dinâmicas regionais distintas. Na China e nos Estados Unidos, os preços do aço laminado a quente (HRC) mantiveram-se firmes, com aumentos de 7% na China e 4% nos EUA, mês a mês.
Essas altas de preço resultam de fatores como aumento nos preços das usinas, menor número de paradas de manutenção e demanda constante.
Por outro lado, o mercado europeu enfrenta dificuldades, com queda de 7% nos preços do HRC no mesmo período. A contínua fraqueza na demanda e a competição com importações mais baratas têm pressionado os preços na UE.
Apesar das dificuldades nos preços, os custos das matérias-primas estão em queda, com os preços do carvão metalúrgico caindo 7% m/m e os preços do minério de ferro recuando 1%. Curiosamente, enquanto as margens de lucro na Europa sobre o HRC e os insumos caíram 7%, nos EUA houve um aumento de 9%.
Olhando para o futuro, os analistas do UBS identificam vários fatores que podem impactar o mercado de aço. Nos EUA, os preços do aço subiram para US$ 720 por tonelada, após tocarem o patamar de US$ 645 por tonelada em julho.
Essa recuperação é resultado de aumentos nos preços das usinas e menor número de paradas de manutenção. No entanto, grandes players como Nucor e Steel Dynamics projetaram lucros por ação para o terceiro trimestre de 2024 abaixo das expectativas de mercado, devido à queda nos preços de venda e menores volumes de fabricação.
Na Europa, o mercado continua lidando com demanda fraca e a entrada de importações mais baratas, sem sinais claros de fatores que possam elevar os preços no curto prazo.
O UBS, no entanto, prevê que um ambiente de redução nas taxas de juros, aumento dos gastos federais através de diversos programas legislativos, juntamente com o recente corte de 50 pontos-base pelo Federal Reserve, pode aumentar a demanda e os preços em 2025.