Protestos tomam as ruas de cidades na Venezuela;
há expectativa que o Conselho Nacional Eleitoral publique as atas com os resultados hoje
Após as eleições presidenciais realizadas no último domingo (28), o presidente Maduro foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vencedor do pleito e apto a exercer seu terceiro mandato, no período de 2025 a 2030.
Ele foi proclamado vitorioso, segundo o CNE, com 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo González, o segundo colocado. Contudo, o resultado foi questionado pela oposição, que cita fraude nas urnas. Ao receber o mandato, Maduro acusou um suposto golpe de Estado que estaria sendo gestado no país.
Segundo a líder oposicionista María Corina Machado, adversários do atual presidente tiveram acesso a 40% das atas eleitorais que mostrariam a vitória de González. Corina Machado pediu, então, uma medida das Forças Armadas.
Há a expectativa de que o CNE publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Com isso, seria possível verificar se as atas em poder do conselho são as mesmas impressas na hora da votação e que foram distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.
Um dia após as eleições, o governo venezuelano decidiu expulsar representantes diplomáticos da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, que contestaram o resultado das urnas.
Enquanto isso, o departamento de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) disse nesta terça-feira que não pode reconhecer os resultados proclamados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que declarou a vitória do atual presidente Nicolás Maduro na eleição presidencial de domingo. A OEA informou ainda que realizará uma reunião extraordinária na quarta-feira para discutir a eleição venezuelana.
Como foram as eleições?
As eleições na Venezuela transcorrem no último domingo com o registro de enormes filas, denúncias de assédio de eleitores e promessas de respeito ao resultado das urnas. Segundo os site de notícias locais, o período da manhã teve várias seções com enormes filas, por conta do número reduzido de funcionários em algumas regiões e até atrasos na chegada dos funcionários.
Por conta disso, houve registro de algumas confusões, com empurrões e até prisões de alguns eleitores mais exaltados. Segundo o diário La Nación, nas primeiras horas da manhã um grupo de motociclistas disparou tiros para o ar enquanto passava por uma fila de eleitores em El Palotal, na região de Táchira.
Itamaraty emite alerta para brasileiros
Com a situação instável, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu um alerta consular para brasileiros que estão na Venezuela.
No comunicado, o Itamaraty pede que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada para a Venezuela mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e que evitem aglomerações.
“A Embaixada do Brasil, em Caracas, permanece atenta à situação das cidadãs e dos cidadãos brasileiros no país e disponibiliza, em caso de emergência envolvendo seus nacionais, o seu plantão consular, +58 414-3723337 (com WhatsApp)”, informou o Itamaraty.
Ainda de acordo com o alerta, o plantão consular geral do Ministério das Relações Exteriores pode ser contatado pelo telefone +55 (61) 98260-0610.
Mortes em protestos
De acordo com agências de notícias, pelo menos sete pessoas morreram durante os protestos iniciados ontem (29) contra a reeleição de Nicolás Maduro.
Durante os protestos que tomaram as ruas da capital Caracas e outras cidades, uma estátua de Hugo Chávez, ex-presidente e mentor de Maduro, foi derrubada.
Qual é a história de Nicolás Maduro?
Nicolás Maduro é um ex-líder sindical e ex-ministro das Relações Exteriores de 61 anos. Ele venceu as eleições após a morte de Hugo Chávez em 2013 e foi reeleito em 2018. A oposição disse que ambos os pleitos foram fraudados.
Ele presidiu um colapso econômico, migração em massa e deterioração das relações com o Ocidente, incluindo sanções dos Estados Unidos e da União Europeia que prejudicaram um setor petrolífero já em dificuldades.
Seu ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou contra a possibilidade de uma repetição das “situações terríveis de 2014, 2017 e 2019”, quando ondas de protestos contra o governo causaram centenas de mortes e não conseguiram destituir Maduro.
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