Jornal La Nación vê mudança “surpreendente” na estratégia diplomática da Argentina; Lula não foi à posse de Milei em dezembro e argentino tirou país dos Brics por não querer se associar a “comunistas”
Numa mudança de estratégia classificada como surpreendente pelo jornal La Nación, o presidente Javier Milei, por meio de sua chanceler Diana Mondino, teria pedido uma reunião com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o diário argentino, o encontro poderia acontecer nas próximas semanas.
“Tem que dar, não se trata de uma questão de gosto”, disse uma fonte da Casa Rosada, onde há otimismo que o encontro se concretizará, após quatro meses de frieza e distanciamento entre ambos os presidentes e principais parceiros no Mercosul.
Antes dessa notícia, ambos os lados pareciam satisfeitos com a aproximação diplomática, porém seu envolver os dois chefes de Estado. Mondino se encontrou com o chanceler brasileiro Mauro Vieira nesta semana e, num tom de naturalidade, foi lembrado que Jair Bolsonaro também não havia se encontrado pessoalmente com Alberto Fernández, os antecessores de Lula e Milei.
Nesta semana fontes do Itamaraty confirmaram que Mondino entregou uma carta de Milei ao governo brasileiro destacando a “centralidade” das relações bilaterais entre os países.
Aversão mútua
Há um afastamento natural dos dois presidentes por questões de posicionamento político, mas a ruptura se completou recentemente, quando Milei anunciou a saída do país dos Brics, movimento negociado por Fernández. O novo presidente, no entanto, disse que não queria vínculos “com países comunistas”, o que incluía China, Rússia e Brasil.
A aversão é mútua. Lula, por exemplo, já afirmou que não visitará a Argentina oficialmente enquanto Milei não pedir desculpas por tê-lo chamado de “corrupto” e “socialista com vocação totalitária” durante a campanha eleitoral.
Embora Milei tivesse dito depois que Lula seria bem-vindo à sua posse, em dezembro, o presidente brasileiro não compareceu. Bolsonaro, no entanto, não só foi convidado para a cerimônia como esteve na primeira fila, ao lado de outros chefes-de-Estado.
Caso um encontro entre os dois não aconteça agora, eles estariam lado a lado em 16 de julho, em Assunção, quando está programada a reunião dos chefes do Estado do Mercosul.
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