O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) cassou, nesta quarta-feira (19/6), o mandato da deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP). Os desembargadores rejeitaram a prestação de contas da parlamentar, que teria utilizado verba pública de campanha para um procedimento estético de harmonização facial durante as eleições de 2022. A deputada ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Denúncia do Ministério Público
A denúncia contra Silvia Waiãpi foi apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). A acusação é de que a deputada gastou R$ 9 mil dos recursos de campanha em um consultório odontológico em Macapá, capital do Amapá, para realizar procedimentos estéticos. Silvia Waiãpi, uma deputada indígena e apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi eleita com 5.435 votos (1,28%).
Prestação de Contas
O procedimento estético ocorreu em 29 de agosto de 2022, durante a campanha eleitoral. Na mesma data, a deputada recebeu recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). A prestação de contas apresentada por Silvia Waiãpi incluía um gasto de R$ 39.454,70 para serviços de marketing digital, cerimonial e produção de vídeos. Contudo, apenas R$ 20 mil foram destinados a essas atividades. O restante dos recursos, R$ 19.454,70, foi usado para outras despesas, incluindo a harmonização facial.
Contato com a Deputada
O Metrópoles tentou contato com a equipe da deputada Silvia Waiãpi, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.
Carreira na Televisão
Antes de ingressar na política, Silvia Waiãpi ganhou notoriedade na televisão. Ela participou da novela “Uga Uga”, escrita por Carlos Lombardi, um grande sucesso no início dos anos 2000. Silvia interpretou a índia Crocoká, um personagem lembrado por afastar as pessoas devido à sua aparência. Durante as cenas, a atriz usava uma dentadura. Além de “Uga Uga”, Silvia Waiãpi atuou em outras produções televisivas, incluindo as minisséries “A Muralha” (2000), “A Cura” (2010) e “Dois Irmãos” (2017).
Cassação do Mandato
O TRE-AP decidiu pela cassação do mandato de Silvia Waiãpi após rejeitar a prestação de contas de sua campanha, que incluía o uso de verba pública para um procedimento estético. A denúncia do MPE destacou que R$ 9 mil dos recursos de campanha foram utilizados em um consultório odontológico em Macapá para realizar uma harmonização facial. Silvia Waiãpi, eleita com 5.435 votos (1,28%), ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decisão.
Fonte: José Augusto Limão, Metrópoles.
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